'Não consegui dormir', diz novo secretário da Segurança de SP sobre caso de mulher que foi arrastada
Osvaldo Nico Gonçalves assumiu o comando da pasta nesta segunda-feira, 1º, e afirmou que proteção à mulher será uma das prioridades de sua gestão
O novo secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo, Osvaldo Nico Gonçalves, afirmou nesta segunda-feira, 1º, ter ficado chocado com a tentativa de feminicídio contra uma mulher de 31 anos que foi atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro na zona norte da capital no último sábado, 29.
"Eu não consegui dormi. Acompanhei o caso de perto", disse o delegado, que considerou o crime como "lastimável" e afirmou "orar pela vítima todos os dias".
Segundo o secretário, a proteção à mulher será uma das prioridades de sua gestão. Ele assumiu nesta segunda o comando da pasta, após a saída de Guilherme Derrite, que deixou o governo para voltar ao Congresso.
Outro foco de sua gestão, diz o secretário, será melhorar a sensação de segurança pública. "Todos os indicativos estão melhorando. Mas a sensação de segurança da população, não. Quero que a população confie na polícia."
Operação prende adolescente que abusava de irmã de 9 anos
O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) realizou uma operação nesta segunda que prendeu cinco pessoas e apreendeu dois adolescentes por abuso sexual contra crianças e adolescentes e distribuição de pornografia infantil. Também foram apreendidos dez celulares, dois notebooks e dois pendrives, todos contendo material ilícito.
O delegado-geral da Polícia Civil, Arthur Dian, afirmou que um dos adolescentes apreendidos, de 13 anos, abusava sexualmente da irmã, de 9.
A investigação identificou fluxos recorrentes de produção, armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil.
"São inúmeras vítimas, por isso o trabalho é árduo. Esses são dez casos iniciais. Mas são dezenas ou centenas de casos que estamos analisando", afirmou Dian.
Quem é o novo secretário
Nico tem 68 anos de idade e ocupou diferentes posições na segurança pública. Atuou como chefe da Delegacia Antissequestro e como delegado-geral da Polícia Civil na gestão Rodrigo Garcia, em 2022.
Também foi fundador do primeiro Grupo de Operações Especiais (GOE) e também chefiou as equipes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e do Grupo Armado de Repressão a Roubos (Garra).
Prisão de Fabrício Queiroz
Em 2020, Nico comandou a equipe que prendeu Fabrício Queiroz em Atibaia, no interior de São Paulo. No total, foram mobilizados 15 policiais e cinco viaturas para a ocorrência, sendo que o alvo da operação só foi revelado duas horas antes de os agentes chegarem no local.
Ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Queiroz foi encontrado na casa de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro.
Ele foi preso após denúncia do Ministério Público por suposto envolvimento em um esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Queiroz foi solto em 2021 por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Roger Abdelmassih, ex-médico condenado por estuprar dezenas de pacientes
Outra prisão midiática conduzida pelo delegado foi a do médico Roger Abdelmassih em 2014, condenado por estuprar dezenas de mulheres no consultório em que atendia. Mais um caso foi a captura de Maurício Hernandez Norambuena, líder do sequestro do publicitário Washington Olivetto, em 2001.
O primeiro caso de grande repercussão de Osvaldo Nico foi de outra natureza. Em 2005, o delegado deu voz de prisão ao jogador argentino Leandro Desábato, então no Quilmes, por cometer racismo contra o atacante Grafite, que estava no São Paulo, durante um jogo da Libertadores. Nico estava presente no estádio para coibir a extorsão de flanelinhas a motoristas, tomou conhecimento do caso e prendeu o argentino ainda no gramado.