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Missa pelas vítimas da chuva em Petrópolis tem protesto contra governo

Manifestantes aguardam a chegada da presidente Dilma Rousseff para cobrar ações de prevenção de desastres

25 mar 2013 - 18h10
(atualizado às 18h27)
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<p><strong>25 de mar&ccedil;o</strong> - Com cartazes, manifestantes cobram medidas do governo de amparo &agrave;s v&iacute;timas das chuvas</p>
25 de março - Com cartazes, manifestantes cobram medidas do governo de amparo às vítimas das chuvas
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Um grupo de cerca de 30 pessoas protesta em frente à Catedral de Petrópolis, onde a presidente Dilma Rousseff vai participar, na noite desta segunda-feira, de missa pelos 33 mortos pelas chuvas que atingiram a cidade serrana na semana passada. Com cartazes e gritos de ordem contra o que classificam de omissão dos governos, eles pediram que sejam tomadas decisões concretas para que não haja mais mortes por causa das chuvas.

"Queremos que o governo faça a sua parte. O povo petropolitano está cansado de tanta tragédia. Existe mapeamento das áreas de risco da cidade. O que o governo faz?", afirmou a radialista Mirna Mariano Duarte, uma das líderes do grupo.

Policiais militares do 26º BPM (Petrópolis) chegaram a formar uma barreira à frente da entrada principal da catedral, depois que o prefeito da cidade, Rubens Bontempo, chegou. Foi neste momento que os protestos ficaram mais exaltados. "Chega de omissão, queremos solução", gritavam os manifestantes, segurando cartazes com dizeres como "Lamentar não ressuscita ninguém".

Mãe de Drucilane, uma das vítimas da chuva, a vendedora Aparecida de Souza Alves sentou-se na primeira fileira de bancos da catedral, de onde pretende rezar pela alma da filha e de dois netos - Rodrigo Vale Junior, 4 anos, e João Vitor Vale Luminato, 2 anos - que foram soterrados por deslizamentos. A vendedora afirma que a filha se mudaria para uma casa fora da área de risco na semana da tragédia. "Eu não queria nem levantar da cama, mas eu vim por causa da minha filha. Eu precisava dela aqui agora e dos meus dois netos, mas infelizmente acabou tudo", relembra.

As vítimas viviam no bairro Independência, uma das localidades mais atingidas pelo temporal. Drucilane Luminato é filha de Jamil Luminato, herói que salvou um bebê durante temporais em 1981. Aparecida faz um apelo às autoridades. "Eu quero sair de lá, mas não tenho para onde ir. As autoridades sabiam as áreas consideradas de risco, mas não fizeram nada. Cruzaram os braços", acusa.

Aparecida lembrou ainda o dia em que a filha morreu, dias depois da tragédia, em um hospital da região. "A minha filha só morreu depois que encontraram os dois bebês dela. Na terça (19) de manhã fui visitá-la no hospital e ela me pediu através de gestos que tomasse conta das crianças e se despediu de mim. Poucas horas depois, encontraram os dois filhos e ela morreu", relembra.

Único sobrevivente de uma família de cinco pessoas, Everton Noumouterbender conta que vive na casa de amigos e tenta superar o trauma de perder toda a sua família de uma única vez. "No fim de semana do deslizamento eu estava no quartel e só fiquei sabendo que minha família havia sido soterrada por mensagem de celular passadas por vizinhos e amigos. Com minha casa destruída e sem familiares, só me restou pedir abrigo na casa de amigos. A saudade está braba e a missa conforta um pouco a gente, mas não é tudo", lamenta.

Com informações do Jornal do Brasil.

Fonte: Terra
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