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Milhares protestam em Fortaleza; manifestação acaba com 61 detidos

21 jun 2013 - 00h06
(atualizado às 00h11)
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Os manifestantes saíram da Assembleia Legislativa e seguiram para o Palácio da Abolição, sede do governo do Estado, em Fortaleza, no Ceará
Foto: Arituza Timbo / Especial para Terra

Foram cerca de 10 mil fortalezenses nas ruas durante a manifestação desta quinta-feira. Enquanto a maioria fazia reivindicações, um grupo acabou em confronto com a polícia. O saldo foi de 61 manifestantes detidos (entre eles, seis adolescentes), vidraças da sede do governo do Estado e de um hospital quebradas, muros pichados, agência bancária e lojas depredadas, policiais e manifestantes feridos. 

No meio do confronto com a polícia, um jovem inalou gás lacrimogêneo e teve ataque epilético. Uma equipe de socorristas de um hospital próximo atendeu o rapaz, que não corre risco de morte.

Amanhã, sete representantes do grupo que iniciou o protesto se reunirão, às 10h, com o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado José Albuquerque (PSB). O acerto foi feito na noite de hoje entre o comandante de Policiamento da Capital, Giovani Pinheiro, e manifestantes em frente à Assembleia e à Secretaria Municipal de Educação (SME), no bairro Dionísio Torres, antes do início do confronto.

Segundo Lucas Moreira, um dos manifestantes, amanhã serão negociadas três pautas: redução da passagem de ônibus, passe livre para estudantes, desempregados e autônomos e entrega de carteirinhas de estudantes. Os manifestantes querem ainda que o governador emita um comunicado oficial pedindo desculpas pela truculência da PM nos protestos da quarta-feira.

Esta é a segunda manifestação com forte participação popular na capital cearense. Segundo a estudante universitária Débora Soares, tratou-se de um ato em defesa do transporte público e pela entrega imediata das carteirinhas estudantis de 2013, que está atrasada desde abril.

O grupo iniciou o protesto por volta das 16h30 na praça Portugal, um dos cartões postais de Fortaleza. O trânsito ficou paralisado no local. De lá, os manifestantes, em sua maioria estudantes, seguiram pela avenida Desembargador Moreira no sentido da Assembleia Legislativa do Ceará. A polícia reforçou seu efetivo e fechou a região. Shoppings e lojas da localidade fecharam suas portas. Alguns lojistas esvaziaram suas vitrines.

Diversos cartazes com pedidos de paz e mais segurança para o povo do Ceará foram fixados nos muros da sede do Poder Legislativo. A manifestação só parou ao chegar no Palácio da Abolição. Esta parada não estava prevista e a PM correu para o local. Durante a caminhada, bombas caseiras foram jogadas pelas calçadas. Já no palácio, dezenas de pessoas entraram no espelho d´água da sede do governo e tomaram banho nas fontes em protesto.

Durante todo o percurso, moradores de apartamentos apoiaram a manifestação que seguia pacífica. Uns batiam palmas, outros colocaram lençóis brancos e bandeiras do Brasil nas varandas em apoio aos manifestantes. Somente ao chegar ao palácio foi que um grupo iniciou atos de vandalismo. A cavalaria e o Batalhão de Choque foram acionados.

Tentativa de roubo

Uma pessoa que não participa da manifestação aproveitou a forte movimentação de pessoas e tentou roubar um posto de gasolina no meio do caminho. Ao avistarem a tentativa de assalto, os próprios manifestantes tentaram correr atrás do suspeito, bateram-no e amarraram-no.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Especial para Terra
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