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Manifestantes que usavam máscaras e capuzes foram detidos em Fortaleza

7 set 2013 - 14h05
(atualizado às 14h07)
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Trinta pessoas que participavam de manifestações em Fortaleza foram encaminhadas a uma delegacia da Polícia Civil porque estavam usando máscaras, capuzes e lenços que impediam a visão do rosto. Os detidos também estavam com pedras, bolas de gude, estilingues e pregos, que foram retidos na delegacia para encaminhamento à Justiça. Nenhum portava documento de identificação.

Segundo a Polícia Militar (PM), são esperadas 20 mil pessoas nos protestos em Fortaleza. Nas páginas de redes sociais na internet, mais de 10 mil pessoas haviam confirmado presença até sexta-feira.

De acordo com o comandante da operação de segurança na capital cearense, Túlio Studart, os encaminhamentos à delegacia foram feitos em cumprimento a uma medida cautelar, expedida pelo Ministério Público, que autoriza policiais militares e civis a abordarem manifestantes que estejam com o rosto coberto. A medida também permite a detenção das pessoas sem identificação para que isso seja feito.

Segundo Studart, todos manifestantes já foram identificados e liberados. Um efetivo de 900 PMs está distribuído nos possíveis locais de manifestações, como no Dragão do Mar, na Assembleia Legislativa, no Palácio de Iracema e na Praça da Abolição.

"Estamos aqui para dar segurança a todos, principalmente aos manifestantes e às pessoas que irão sair às ruas pacificamente. Elas estão exercendo o seu direito à cidadania", disse o comandante.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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