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Manifestantes cercam e hostilizam equipe da Globo em Palmas

20 jun 2013 - 19h11
(atualizado em 25/6/2013 às 13h22)
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Manifestantes cercaram e gritaram contra uma equipe da TV Anhanguera, retransmissora da Globo em Palmas, durante a manifestação desta quinta-feira na capital de Tocantins. Apesar dos ataques verbais, não houve agressão física, apenas gritos como: “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo". Os repórteres da emissora que estavam cobrindo a manifestação tiveram dificuldades para fazer entrevistas e gravar, devido aos insultos.

A multidão seguiu até à residência do governador do Estado, Siqueira Campos (PSDB), onde encontraram uma barreira da Polícia Militar. No local, eles xingaram o governo de “ladrão”  e gritaram “ido, ido, ido...Fora Siquerido”. A PM de Tocantins informou que uma pessoa foi ferida na cabeça em frente à casa do governador. Trata-se do patrulheiro da PM identificado apenas como Everaldo, atingido por uma pedrada na cabeça. Ele foi levado para o hospital.

Segundo o cálculo da PM, o protesto reuniu cerca de 10 mil pessoas se reuniram, hoje na capital do Tocantins, Palmas, para protestarem contra o monopólio das empresas de ônibus na cidade. Com cartazes, a multidão também reivindicou melhorias na saúde, educação, pediram mais programas de moradias e ainda protestaram contra a PEC 37 (que pretende tirar o poder de investigação do Ministério Público). A Polícia de Choque fez um cordão de isolamento em torno do Palácio Araguaia, sede do governo de Tocantins, e a Prefeitura Municipal de Palmas.

No meio da multidão, algumas pessoas apenas acompanhavam a movimentação, sem saber ao certo o motivo da caminhada. “Estou protestando contra a PEC 31”, disse uma jovem, confundindo o número da Proposta de Emenda Constitucional, na verdade, a PEC 37, que é criticada em manifestações pelo País. 

Como a frota de ônibus foi reduzida hoje, parte da população não teve transporte público para chegar até o local da manifestação e tiveram que caminhar até o ponto de concentração. Exceto a hostilização contra a equipe de TV, o protesto seguia de forma pacífica na noite desta quinta-feira.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Colaborou com esta notícia o internauta Wellington Macedo Coutinho , de Miracema do Tocantins (TO), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Especial para Terra
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