‘Não conseguimos pegar o Doca’, diz secretário de Segurança sobre líder do CV
Mais de 130 pessoas morreram na megaoperação que teve início na terça-feira, 28, no Complexo do Alemão e na Penha
A operação policial mais letal do Rio de Janeiro, que teve como alvo o Comando Vermelho (CV) no Complexo do Alemão e na Penha, não prendeu Edgar Alves Andrade, conhecido como Doca da Penha ou Urso – uma das lideranças da facção. A informação foi confirmada pelo Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, nesta quarta-feira, 29.
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"O Doca, nós não conseguimos pegar nesse primeiro momento porque é uma estratégia que eles fazem”, disse o secretário. Santos explicou, ainda, que Doca coloca “soldados” como barreira, o que dificulta sua captura.
O governo do Rio de Janeiro está oferecendo R$ 100 mil em recompensa para quem der informações, via Disque-Denúncia, que ajudem a capturar o líder que segue foragido.
Quem é Doca?
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Doca é considerado o chefe máximo da facção no Complexo da Penha, além de exercer influência em comunidades da cidade, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento. Enquanto Thiago do Nascimento Mendes, o "Belão do Quintungo", foi capturado durante a ação, Doca conseguiu escapar.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou Doca, investigado por uma longa lista de crimes, que inclui mais de 100 homicídios, entre eles execuções de crianças e desaparecimentos de moradores. Segundo o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP), havia 34 mandados de prisão em aberto contra ele.
Doca também é apontado como mandante da execução de três médicos, mortos por engano na zona sudoeste do Rio, e ainda uma tentativa de homicídio na Barra da Tijuca, em outubro de 2023. De acordo com as investigações, um dos profissionais foi confundido com o verdadeiro alvo dos criminosos.
Em setembro do ano passado, Doca também foi um dos alvos da operação Bozz Bomb, que visava reprimir o uso de drones lançadores de granadas.
Em maio deste ano, o MPRJ denunciou Doca e outros dois integrantes do CV por ataque a uma delegacia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O crime ocorreu em 15 de fevereiro de 2025, quando o grupo invadiu a unidade armados com fuzis e granadas, ferindo dois agentes e torturando um deles.
Segundo as investigações, o objetivo da ação era resgatar Rodolfo Manhães Viana, o "Rato", preso horas antes por tráfico e associação para o tráfico na comunidade Vai Quem Quer. No entanto, o plano falhou -- Rato já havia sido transferido para a Polinter, na Cidade da Polícia, no momento da invasão.
Apesar das sucessivas operações e das dezenas de mandados expedidos contra ele, Doca segue foragido e é tratado pelas autoridades como um dos criminosos mais perigosos e influentes do Rio de Janeiro. Para localizá-lo, a Polícia Civil oferece uma recompensa de R$ 100 mil pela captura do criminoso.
*Com informações do Estadão
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