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GO: após onda de protestos por aumento, prefeito anuncia bilhete único

Com apenas uma passagem, o usuário poderá fazer até três embarques em duas horas e meia, na capital goiana

7 jun 2013 - 15h49
(atualizado às 15h56)
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A prefeitura de Goiânia anunciou neta sexta-feira a adoção de uma modalidade de bilhete único para o transporte coletivo da capital. Com apenas uma passagem, o usuário poderá fazer até três embarques em duas horas e meia. O novo sistema, chamado de “Ganha Tempo”, começa a vigorar a partir da 0h da próxima segunda-feira (10).  Serão automaticamente incluídos na nova modalidade os 570 mil usuários que já usam outros benefícios do sistema de transporte da capital, como o Cartão Fácil, o Passe Escolar e o Cartão Integração. Mas as solicitação de cartões do novo sistema serão aceitas mediante apresentação de RG e CPF em postos de compra e recarga do bilhete de passagem, o Sitpass, gratuitamente.

Ao anunciar o novo sistema, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), diz que a prefeitura adotou com o novo sistema uma metodologia mais democrática e que vai oferecer uma melhoria do transporte coletivo em Goiânia, principalmente em relação ao tempo e ao custo, e para a camada mais carente da população. “Eu não tenho dúvida em afirmar que é uma modernização, que é uma busca de atendimento dos compromissos desta gestão com a qualidade de vida e com o desenvolvimento sustentável”, disse.

Segundo o prefeito, o Cartão de Integração que existe hoje só permite um acesso, em um sentido, em linhas pré-determinadas e em poucos locais de integração. ”Agora são quase seis mil pontos, de escolha individual, de acesso por duas horas e meia, e com três validações”, explicou. O prefeito ainda disse que o novo sistema não gerará mais custo para empresas que operam o sistema e nem para os usuários. “Nós nos reunimos com as concessionárias e eles acataram a nossa decisão”, disse, citando que na mesa de negociação pesou, no entanto, o argumento da desoneração das passagens de ônibus do Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), anunciada pelo governo federal recentemente.

<p>Estudantes realizam protesto contra o aumento da tarifa das passagens do transporte coletivo, na Praça Cívica, em Goiânia</p>
Estudantes realizam protesto contra o aumento da tarifa das passagens do transporte coletivo, na Praça Cívica, em Goiânia
Foto: Zuhair Mohamad?O Popular / Futura Press

O prefeito frisou, porém, que o lançamento do novo sistema não é uma reação aos recentes protestos contra o aumento da passagem, e que a nova modalidade está sendo planejada há alguns meses. Desde o dia 22 de maio, a tarifa do transporte coletivo na Região Metropolitana subiu de R$ 2,70 para R$ 3,00, sob protestos e principalmente confrontos violentos de estudantes com a PM.

“Os protestos que vêm acontecendo são legítimos. Eu venho de um partido que respeita os movimentos sociais, as manifestações democráticas. Acredito que todas são legítimas, desde que ordeiras e pacíficas. Não tem relação”, garantiu Paulo Garcia, durante entrevista coletiva. “Não é possível anunciar a implantação de um sistema deste, que precisa inclusive de controle através de sistemas de tecnologia de informatização da noite para o dia. As manifestações são muito recentes. Elas não têm relação com este problema”, acredita o prefeito.

Garcia, que após logo após o aumento da passagem chegou anunciar que faria um estudo para avaliar uma desoneração da passagem de ônibus do transporte coletivo para a população mais pobre, indicou que a prefeitura não pode fazer isso sozinha. “A questão da desoneração e da revisão tarifária só pode ser discutida em dois fóruns: ou na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC), após a apresentação das planilhas e da avaliação adequada do reflexo desta desoneração na tarifa, ou através do Judiciário local, onde existe inclusive uma demanda tramitando”, afirmou, citando ação do Procon contra o aumento.   

Fonte: Especial para Terra
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