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Fumaça das queimadas chega a SP e pode causar "chuva negra"

Fenômeno semelhante foi visto há um ano e envolve direcionamento de ventos de Centro-Oeste e do Norte para a capital

17 set 2020 - 23h41
(atualizado em 18/9/2020 às 07h40)
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A fumaça das queimadas que atingem o Pantanal chegou ao Sudeste e notadamente à cidade de São Paulo, a exemplo do que ocorreu em agosto do ano passado com o material particulado que veio da Amazônia. Nesta quinta-feira, 17, uma fumaça mais espessa já era visível por toda a capital. A expectativa é em relação à possibilidade de "chuva negra" até o próximo domingo em todo o município.

"As condições atmosféricas trouxeram ventos do Centro-Oeste. Com a previsão de chuva para os próximos dias, é possível que ocorra uma 'chuva negra', ou seja, com fuligem, que vai ser facilmente observável sobre os carros", explica o meteorologista da Climatempo João Basso. Dessa forma, o céu alaranjado é uma marca da chegada dessa poluição.

Bombeiros combatem focos de queimada em reserva de Presidente Epitácio, no oeste paulista. Área teve quatro queimadas em um mês
Bombeiros combatem focos de queimada em reserva de Presidente Epitácio, no oeste paulista. Área teve quatro queimadas em um mês
Foto: Corpo de Bombeiros / Divulgação. / Estadão Conteúdo

O fenômeno da "chuva negra" já ocorreu em algumas áreas do Rio Grande do Sul no fim de semana passado, e também foi visto na cidade de São Paulo em 19 de agosto de 2019. A diferença é que naquele momento as queimadas que se destacavam vinham do Norte, da Amazônia, e o fenômeno coincidiu com uma grande frente fria e grande precipitação sobre a cidade. A perspectiva é de que a chuva seja menos concentrada, mais próxima do que se vê no verão, segundo Basso.

A perspectiva também é de que novamente o ciclo de ventos no Centro-Oeste leve a fumaça ao Sul do País. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que as imagens de satélite e os modelos de direção dos ventos mostram o movimento da poluição em direção a todos os Estados da região.

Conforme avaliação da Climatempo, também é possível que ocorra hoje um aumento da camada de fumaça sobre áreas do Rio de Janeiro, especialmente no centro-sul do Estado, incluindo a capital fluminense, e sobre o centro-sul de Minas e o Triângulo Mineiro. Imagens de satélites da agência espacial americana (Nasa), desta semana, indicam que a fumaça provocada pelas queimadas no Pantanal e na Amazônia, no Brasil, já chega ao meio do Oceano Atlântico Sul e pode se aproximar rapidamente do continente africano.

A condição meteorológica provocará queda na temperatura na próxima semana, mas possibilidade de chuva somente está prevista para outubro na região Centro-Oeste. "Com o aumento da fumaça, há chances de ver o céu mais alaranjado, que é o efeito da luz solar com os elementos da fumaça na atmosfera", comentou Josélia Pegorim, da Climatempo. /Colaboraram Renata Okumura e Larissa Gaspar

Estadão
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