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Fase vermelha: na praia do Guarujá, há cadeiras, guarda-sóis, ambulantes e indignação

Reportagem constata desrespeito, mas também críticas de quem decidiu acatar as determinações oficiais

6 mar 2021 - 15h20
(atualizado às 17h20)
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GUARUJÁ - Mesmo com o tempo fechado neste sábado, 6, no litoral paulista, alguns veranistas não respeitaram as recomendações da fase vermelha do Plano São Paulo e ocuparam as praias, sem fazer o uso de máscara e gerando aglomeração em alguns locais.

No Guarujá, o poder público municipal recomenda que a permanência de pessoas nas praias seja restrita apenas à prática esportiva individual. Além disso, para evitar aglomerações, não é recomendada a colocação de cadeiras e guarda-sóis, nem o comércio de ambulantes. Mas o que se viu na manhã deste sábado na praia de Pitangueiras foi que, mesmo com o tempo nublado, veranistas ficaram na faixa de areia sem praticar atividade física, em grupo e usufruindo do serviço de guarda-sol dos carrinhos de praia. Um dos comerciantes abordados pela reportagem do Estadão justificou que não tinha informação sobre o que podia fazer ou não neste sábado.

"Por causa da fase vermelha nem movimento tem. Estamos aqui arriscando, porque a gente não sabe o andamento da carruagem. O prefeito não passou avisando ninguém, estamos aqui porque temos que conquistar o nosso 'ganha pão', pois parando a gente não ganha nada. Não temos auxílio da prefeitura, do governo, nem de ninguém. Eles só falam para fechar, mas não pensam na gente", explicou o ambulante Benedito Carlos, de 47 anos.

Quando questionado sobre o fato de disponibilizar guarda-sóis e cadeiras aos banhistas, Benedito justificou: "A gente colocou, mas se falarem para a gente que não pode, tiramos. A prefeitura não falou nada, não passou ninguém da fiscalização avisando. Eles não avisam e depois chegam com a multa", finalizou.

Segundo a Prefeitura do Guarujá, não há proibição para o funcionamento de ambulantes na praia e sim recomendação para que eles não atuem durante a fase vermelha do Plano São Paulo. O Guarujá aposta na orientação para evitar aglomerações e por isso implantou o pedágio educativo na entrada da cidade pela Rodovia Cônego Domenico Rangoni, com o intuito de conscientizar os motoristas que chegarem ao município. Os pedágios funcionam de sexta-feira a domingo, das 7 às 19 horas.

Faixas com mensagens de alerta e sobre a importância do uso de máscaras são apresentadas no semáforo. Além disso, carros de som circulam nas orlas das praias com mensagens de prevenção à covid-19.

Ainda na praia de Pitangueiras, em meio a chegada de pessoas, uma cena se destacou. Dona Francisca, 68 anos, estava com dois funcionários desmontando seu carrinho. Ao ser questionada sobre o motivo da ação, ela justificou: "Meus funcionários colocaram o carrinho sem me perguntar se eu vinha, aí quando cheguei aqui os avisei que é fase vermelha e nem descarreguei os produtos do carro. Cada um assume a sua responsabilidade, a minha eu sei que não posso. Por isso, já mandei os funcionários desmontarem. Desde ontem todo mundo estava sabendo que não era pra trabalhar, tem gente fazendo vistas grossas".

Já a professora Josefa Almeida, 58 anos, aproveitou o dia para fazer uma caminhada à beira-mar e criticou as pessoas que estavam na praia desrespeitando as recomendações. "Eu vi no site da prefeitura as informações do que pode e o que não pode fazer na fase vermelha, por isso, estou achando estranho os guarda-sóis e as cadeiras na praia. A população é obrigada a ter regras, pois ela não consegue se disciplinar sozinha. Grande parte está caminhando, mas as outras pessoas estão curtindo, como turistas".

Assim como o Guarujá, as demais cidades da Baixada Santista também estipularam regras para visitação às praias:

Santos

Proibida a instalação de cadeiras e guarda-sóis, assim como a prática de esportes coletivos. Também não é permitida a presença de ambulantes. Continuam permitidos esportes e atividades individuais.

Praia Grande

As praias não estão fechadas, assim como o calçadão da orla. Estão autorizadas as atividades físicas individuais na areia e no mar.

Bertioga

Permitidas apenas atividades individuais, respeitando as regras de distanciamento para evitar aglomerações. O comércio ambulante do segmento de alimentação pode funcionar, sem consumo no local, apenas por delivery e para retirada, das 8 às 20 horas. Está proibida a montagem de mesas, cadeiras, tendas e guarda-sóis, seja por banhistas, condomínios, hotéis ou ambulantes. Esportes e atividades coletivas também estão proibidos.

São Vicente

Apenas atividades esportivas individuais podem ser realizadas nas praias da cidade.

Itanhaém

O acesso à praia, orla e faixa de areia está permitido apenas para atividades físicas que não gerem aglomeração.

Mongaguá

O acesso à praia é permitido apenas para realização de atividades esportivas individuais. A permanência com cadeiras e guarda-sóis está proibida. Os ambulantes não estão liberados para trabalhar na faixa de areia.

Peruíbe

Estão proibidos os serviços de passeios de barcos, banana boat e afins nas praias do município. Também fica vedado todo e qualquer serviço na faixa de areia das praias e no calçadão. Estão permitidas as caminhadas e atividades físicas, desde que não gere aglomeração de pessoas. Já os quiosques da orla podem funcionar para delivery, mas fica proibida a entrega para consumo na faixa de areia e arredores.

Litoral Norte

A cidade de Ubatuba proibiu o acesso às praias durante a fase vermelha do Plano São Paulo, a não ser para a prática esportiva individual. Estão proibidas as instalações de cadeiras, guarda-sóis, tendas e similares na faixa de areia e calçadão. A prefeitura do município fez um apelo nas redes sociais pedindo para os turistas evitarem visitar a cidade neste período.

São Sebastião e Ilhabela também restringiram o acesso às praias, já que estão proibidas a instalação de guarda-sóis, cadeiras e similares por restaurantes, hotéis e condomínios.

Caraguatatuba atendeu a recomendação do Governo do Estado para que as praias sejam usadas apenas para atividades físicas individuais e pediu apoio da Polícia Militar para realizar a fiscalização.

Estadão
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