Em recado a motoristas, Ricardo Nunes critica empresas de ônibus após paralisação: 'Irresponsáveis'
De acordo com sindicato, ato é resposta a atraso nos pagamentos do 13º e vale-refeição
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, criticou empresas de ônibus pela paralisação devido a atrasos no 13º e vale-refeição, anunciou medidas legais contra as viações e reforçou que os pagamentos da prefeitura estão em dia.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), criticou nesta terça-feira, 9, as empresas de ônibus após a paralisação dos motoristas na capital. Em um vídeo enviado aos trabalhadores e obtido pelo Terra, ele chamou os empresários do setor de “irresponsáveis” e afirmou que o 13º salário faz parte dos direitos trabalhistas.
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“Vou deixar muito claro. Eles dizem ali que é com relação à questão do quadrienal. Não tem nada a ver com a responsabilidade e a obrigação de todos os empresários pagarem em dia os seus colaboradores. O pagamento do 13º é um direito do trabalhador. Ele trabalhou o ano inteiro e tem esse direito. E não vai acontecer de essa turma fazer isso, prejudicar o trabalhador e achar que não vai acontecer nada”, declarou o prefeito.
Nunes afirmou que irá tomar medidas administrativas e judiciais para garantir os direitos dos motoristas e cobradores. “Não achem que vão fazer pressão para cima da Prefeitura, porque eu não vou aceitar. Respeito-os e os tenho como grandes parceiros do trabalho coletivo, mas esse tipo de atitude é inaceitável”, disse.
“Todos os pagamentos, escutem isso, todos os pagamentos da Prefeitura de São Paulo às empresas de transporte coletivo estão em dia. Portanto, não existe motivo algum para que eles atrasem o pagamento do salário, em especial do caso do 13º. Eu conto com vocês, trabalhadores, motoristas e cobradores, para que a gente atenda a nossa população do transporte coletivo. E que vocês possam continuar dando essa grande contribuição para o crescimento de São Paulo. A questão desses empresários irresponsáveis, quem vai tratar com eles sou eu”, diz Nunes.
Em entrevista à TV Globo, ele afirmou ainda que pediu ao governador para que aumentasse a frota nas linhas de metrô em operação.
Paralisação gera tumulto em terminais de SP
A paralisação começou na tarde desta terça-feira, 9, após o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de São Paulo receber um ofício das empresas responsáveis informando que não seria possível cumprir o acordo firmado com a entidade, que previa o pagamento da primeira parcela do 13º e do vale-refeição — ambos em atraso — juntamente com a segunda parcela, no próximo dia 12.
De acordo com o documento obtido pelo Terra, as viações não conseguiram firmar questões contratuais e de repasses financeiros junto à Prefeitura de São Paulo, o que revoltou os trabalhadores, que decidiram paralisar as atividades.
Segundo o diretor do sindicato, Nailton Porreta, ainda não há data ou horário para o encerramento do ato. “Enquanto não derem uma nova data, vamos permanecer parados. Se derem, liberamos na madrugada”, afirmou.
A gestão municipal informou nesta terça-feira, 9, que, a pedido de Nunes, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transportes e a SPTrans registraram um boletim de ocorrência contra as empresas que aderiram à paralisação sem aviso prévio.
“A gestão se solidariza com todos os passageiros que dependem do transporte público e que hoje sofrem com o descaso, a irresponsabilidade e a falta de compromisso dessas companhias com a população”, afirmou a administração municipal.
