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Doria divide Grande São Paulo para flexibilizar quarentena

Decisão foi tomada depois de prefeitos reclamarem de tratamento diferenciado para a capital paulista

29 mai 2020 - 11h13
(atualizado às 13h35)
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Mesmo com uma taxa de ocupação dos leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de 88,9%, as cidades da Grande São Paulo também serão autorizadas a tocarem projetos de abertura econômica, segundo decisão do governador João Doria (PSDB) antecipada pelo Estadão. A região metropolitana foi dividida em seis sub-regiões, a capital e mais cinco, e cada uma delas deverá apresentar na semana que vem seus próprios estudos, para mudarem de fase no processo de abertura. Atualmente, todas estão na fase vermelha, de restrição máxima, em que só é permitido o funcionamento de serviços essenciais.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva.
Foto: Divulgação/Governo de SP / Estadão Conteúdo

A decisão foi tomada após pressão feita pelos prefeitos dos municípios da região do ABC e outras cidades da Grande São Paulo, depois de saberem da opção pela liberação da capital, divulgada na quarta-feira. Parte dos 15 médicos que compõem o Centro de Contingência do Coronavírus paulista se opôs à ideia.

As cidades terão de se organizar nas sub-regiões e cada grupo terá de elaborar planos próprios de uma abertura faseada, nos mesmos moldes da flexibilização da quarentena apresentado pelo governo do Estado na quarta-feira, para só então ter a autorização para migrar pa

ra a fase laranja, que libera escritórios, shoppings e o comércio de rua, com restrições.

Na capital, o prefeito Bruno Covas (PSDB) tenta agora propor uma abertura controlada, negociada com o setor privado, para evitar que o número de casos de covid-19 comprometa a capacidade dos sistemas de saúde. Covas, que participou da entrevista coletiva ao lado de Doria nesta sexta, reafirmou que nada será reaberto no dia 1º de junho. Segundo ele, a partir desta data começa a análise de propostas das entidades setoriais pela Prefeitura e pela Vigilância Sanitária.

Enquanto foi analisada como uma única região, a Grande São Paulo teria de ficar na zona vermelha. Já com a análise em sub-regiões, parte das cidades também receberá a classificação laranja, e autorizar a retomada de parte das atividades.

As sub-regiões são: Caieiras, Cajamar, Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã, na região norte; Arujá, Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano, na área leste; Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, na região sudeste, o ABC; Cotia, Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista, no sudoeste; e, por fim, Barueri, Carapicuíba, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus e Santana de Parnaíba, na região oeste. Além delas, há a capital, que já foi liberada.

Desde quarta, quando as regras de flexibilização foram anunciadas, prefeitos da Grande São Paulo têm procurado a imprensa com queixas sobre o tratamento diferenciado obtido pela capital. Pesou para Doria ceder às pressões o comportamento de Orlando Morando (PSDB), de São Bernardo do Campo, aliado de primeira hora do governador no diretório estadual tucano no Estado, que deu diversas entrevistas com duras críticas à abertura só da cidade de São Paulo -- São Bernardo tem uma taxa de ocupação de leitos de UTI inferiores à da capital.

"Corrigir um erro é o maior acerto que um gestor público pode mostrar a sua grandeza. Separar nesse momento a região metropolitana é decisão acertada, pois classifica quem tem as melhores condições de começar a reativar as atividades econômicas diminuindo riscos", disse o prefeito Morando.

Estadão
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