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Bairro de Laranjeiras amanhece com marcas do protesto no Rio

12 jul 2013 - 13h43
(atualizado às 13h47)
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Manifestantes e a polícia entraram em confronto nas proximidades do Palácio Guanabara, sede do governo do Estado, durante protesto contra o governador Sérgio Cabral
Foto: Daniel Ramalho / Terra

O bairro de Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro, amanheceu com marcas de depredações deixadas pelo protesto ocorrido na noite de quinta-feira em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Estado. Canteiros, duas bancas de jornais e lixeiras foram destruídas nas ruas próximas. Duas viaturas da Polícia Militar (PM) reforçavam o policiamento no local na manhã desta sexta-feira. A Polícia Civil informou que 23 pessoas foram detidas. Destas, 22 já foram liberadas e um adolescente continua apreendido na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

O diretor executivo da Anistia Internacional, Átila Roque, que acompanhava o protesto, foi atingido por spray de gás de pimenta lançado pelos policiais, mas afirmou que os manifestantes sofreram mais. "O que aconteceu comigo não foi realmente nada comparado com o que vi acontecer com jovens, mulheres e idosos que foram atacados brutalmente com gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha simplesmente por estarem reunidos na rua, sem oferecer qualquer tipo de ameaça ou cometer qualquer tipo de vandalismo", relatou.

Para ele, a ação da polícia não se justificou, mesmo com os atos de vandalismo. "Isso é lamentável, mas não justifica a resposta desproporcional e generalizada da polícia. O vandalismo de alguns não pode ter como resposta o vandalismo policial", ressaltou.

Na rua Pinheiro Machado, a vidraça de uma clínica de saúde foi destruída quando manifestantes tentaram se refugiar no local. Além disso, a cerca de um canteiro de plantas, localizado em frente ao Palácio, foi arrancada. Homens da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) consertavam a cerca pela manhã.

A Casa de Saúde Pinheiro Machado informou que cerca de 20 pessoas forçaram a entrada na clínica, quebrando a porta de vidro da emergência. Entre elas, 10 estavam feridas e foram atendidas por funcionários. Um jovem ficou internado com traumatismo craniano e seu quadro é estável, enquanto os outros nove foram liberados após tratarem seus ferimentos.

Já na rua Paissandu, em frente à sede do governo estadual, lixeiras foram arrancadas, duas bancas de jornais e uma clínica de spa depredadas. A primeira banca teve o painel de fundo rasgado, enquanto a outra tinha marcas de entrada forçada.

Na praça São Salvador, o único resquício da manifestação foi uma placa deixada pelas pessoas pedindo a saída do governador do Rio, Sérgio Cabral. Uma testemunha informou que equipes da Comlurb limparam a praça na madrugada desta sexta-feira.

A assessoria da Comlurb disse que equipes estiveram em Laranjeiras, desde a madrugada de hoje, removendo pichações e pequenos resquícios. A assessoria ainda informou que nada de relevante precisou ser removido, como em outras manifestações quando houve queima de automóveis e destruição de radares e sinais de trânsito.

Greve geral
Milhões de trabalhadores prometem cruzar os braços e paralisar serviços fundamentais como bancos, indústria, obras, transporte público e construção civil em várias cidades. Entre as entidades que aderiram a paralisação nacional estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE). 

Chamado pelos sindicatos de greve geral, o movimento - que pegou carona na onda de protestos que atingiu diversas cidades brasileiras em junho - é o quarto desse tipo em 190 anos, desde a Independência (7 de setembro de 1822). Em 2013, a novidade é a unificação dos sindicatos e movimentos sociais em uma pauta que cobra o avanço do Brasil.

Agência Brasil Agência Brasil
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