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BA: milhares protestam em clima pacífico no centro de Salvador

Milhares de pessoas tomaram o centro financeiro de Salvador para manifestar descontentamentos diversos, especialmente o descaso do setor público com o transporte coletivo

17 jun 2013 - 21h34
(atualizado em 20/6/2013 às 18h53)
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Milhares de pessoas tomaram o centro financeiro de Salvador para manifestar descontentamentos diversos
Milhares de pessoas tomaram o centro financeiro de Salvador para manifestar descontentamentos diversos
Foto: Carol Morena Vilar / Divulgação

A versão soteropolitana da passeata do Movimento Passe Livre (MPL) não começou no horário, mas 15 minutos adiantada, contrariando todas as teorias (muitas vezes comprovadas) de que, na Bahia, nada começa na hora. Apesar da divergência de números – 4 mil pessoas segundo a Polícia Militar e 8 mil pessoas segundo a Transalvador – fato é que milhares de pessoas tomaram o centro financeiro de Salvador para manifestar descontentamentos diversos, especialmente o descaso do setor público com o transporte coletivo e os gastos excessivos do governo brasileiro com a Copa das Confederações e Copa do Mundo FIFA.

Sob gritos de "o gigante acordou", os manifestantes foram guiados por PMs a pé e em motos, que no início do protesto ainda conseguiram manter uma das pistas da avenida Antonio Carlos Magalhães livre até que o grupo alcançasse o viaduto Mamede Paes Mendonça. "Depois disso não teve mais como manter. Todas as pistas ficaram fechadas, mas foi tudo muito tranquilo. Eu fiquei um bom tempo perto dos policiais e não vi nenhuma violência. Apenas um pouco de estresse quando um carro tentou furar o bloqueio e eles mandaram voltar", relatou a produtora cultural Carol Morena Vilar.

Em reunião realizada no último sábado no Passeio Público, os manifestantes tinham decidido sair da praça Newton Rique, em frente ao Shopping Iguatemi, rumo à Arena Fonte Nova, onde serão realizados os jogos. Entretanto, uma reunião entre os participantes e policiais militares antes da marcha definiu que o novo percurso sairia do centro comercial em direção à Avenida Tancredo Neves, coração financeiro da cidade, rumo a Estação Transbordo, onde seria realizada uma ação de catracas livre.

Por volta das 18h o trânsito nas regiões das avenidas Paralela, Bonocô e Otávio Mangabeira, além da BR-324, já estava bastante afetado. Mesmo assim, pelas redes sociais, foi possível ver depoimentos, como o do consultor financeiro Paulo Maronnetti, que trabalha numa corretora de ações na avenida Tancredo Neves. "Sim, eu gostaria de sair agora para estar em casa, mas por outro lado, é muito emocionante ver que os brasileiros são capazes de ir à rua com tanta civilidade. E olha que é para reclamar. Imagine se fosse para festejar. #orgulhodeserbrasileiro".

O vendedor Marcos Sá, que acompanhou o protesto até o final, confirmou que a postura dos policiais foi positiva, com auxílio aos manifestantes. "Cheguei até a ouvir falar em violência, mas não vi nada de perto e fiquei até o final".

Já eram quase 20h quando os manifestantes chegaram à Estação Transbordo e, conforme prometido, tentaram uma ação de passe livre. Muitos motoristas de ônibus foram simpáticos à causa e permitiram que algumas pessoas embarcassem sem pagar. Aqueles que impediam a entrada dos manifestantes ainda tentavam se justificar. "Me entendam. Têm fiscais à paisana aí na pista", disse o rodoviário João Bispo da Conceição.

Colaborou com esta notícia o internauta Renato Cardoso de Jesus, de Salvador (BA), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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