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Ativista confirmou que pediu carona à deputada no consulado

24 jul 2014 - 21h19
(atualizado às 21h23)
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Ativista dentro do consulado uruguaio no Rio de Janeiro
Ativista dentro do consulado uruguaio no Rio de Janeiro
Foto: André Naddeo / Terra

A advogada Eloísa Samy confirmou nesta quinta-feira ter pedido carona à deputada estadual Janira Rocha (Psol) para sair do Consulado do Uruguai no Rio de Janeiro, onde havia tentado obter asilo político. Em entrevista coletiva organizada por movimentos sociais no início da noite, a advogada disse que é imensamente grata à parlamentar e negou que Janira tenha dado fuga a ela e a David Paixão, considerado foragido.

"O carro subiu normalmente a rampa da garagem, e havia viaturas da Polícia Militar. Não nos pararam, não nos interceptaram. Se, naquele momento em que estávamos saindo, qualquer policial civil ou militar tivesse pedido à deputada que parasse o carro, teríamos sido capturados. Nenhum carro nos seguiu. Fomos de Botafogo a São Conrado, no trânsito das 18h30. Ela deu fuga? Eu entendo que não. A polícia estava ali e nada fez. E dali seguimos nosso caminho. Ninguém ficou sabendo para onde íamos", disse a advogada.

Eloísa contou também como foi o pedido de ajuda. "Quando a consulesa negou a possibilidade de asilo, eu perguntei: 'como vou sair daqui, de rapel?' E virei para ela (deputada Janira) e perguntei: 'a senhora pode nos tirar daqui, pode nos dar uma carona?'. Ela disse: 'tudo bem, mas, se pararem o carro, vocês vão ter que se entregar, vão ter que descer."

A advogada disse que buscou abrigo no Consulado do Uruguai por instinto e que a ajuda da deputada veio no pior momento, na hora mais crítica. "Eu sabia que estava sendo monitorada, sabia que pessoas ligadas ao movimento estavam sendo seguidas, sabia que todos os telefones estavam grampeadas e, sinceramente, fui ao consulado agindo por instinto."

De acordo com a Eloísa, a justificativa do consulado para negar o pedido de asilo foi que o Uruguai reconhece o Brasil como uma república democrática. "Eu argumentei que aqui há um Estado de exceção, que está sendo aplicado no Rio de Janeiro e em São Paulo, contra os manifestantes e movimentos sociais."

Eloísa negou a acusação de que faz parte de uma associação criminosa e afirmou que o que a levou às manifestações, onde ofereceu assistência jurídica aos participantes dos protestos, era a convicção de garantir que as pessoas tivessem voz. "A acusação é tão pífia, é lastreada em provas tão pífias, que me espanta um promotor de Justiça ter oferecido denúncia e, principalmente, um  juiz ter aceitado essa denúncia e, com base nela, determinado a prisão preventiva de 21 pessoas que não têm antecedentes, têm endereço fixo, emprego, nome, reputação e família."

Agência Brasil Agência Brasil
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