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Advogada presa após polícia invadir casa por engano é suspeita de ser 'garota de recado' para traficantes

Advogada foi presa no dia 11 de abril, quando, durante a execução de um dos mandados, a Polícia Civil de Goiás invadiu uma casa por engano

15 abr 2024 - 14h05
(atualizado às 15h17)
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Advogada Jennifer Nayara Caetano de Souza
Advogada Jennifer Nayara Caetano de Souza
Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A advogada Jennifer Nayara Caetano de Souza, presa após a Polícia Civil invadir uma casa por engano, é suspeita de ser “garota de recados para traficantes”. A informação foi divulgada pela TV Anhanguera e confirmada pela Polícia Civil ao Terra, que informou que a investigação em referência denota a prática dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa.

“Nessa operação, alguns colegas advogados foram investigados e processados por supostamente adentrarem determinada unidade prisional para levar e trazer recados supostamente criminosos”, afirmou à TV Anhanguera o advogado de defesa de Jennifer, Jean Fillipe Alves.

A advogada foi presa no dia 11 de abril, quando, durante a execução de um dos mandados, uma família de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana de Goiás, teve o portão arrombado por agentes da Polícia Civil por volta das 6h da manhã. A equipe buscava cumprir mandado de prisão contra Jennifer, no entanto, a suspeita não residia na propriedade invadida, mas sim em uma residência do lado oposto da rua.

À TV, o advogado de Jennifer também informou que não possui informações sobre qualquer vínculo entre ela e a família da residência invadida por engano, além do fato de serem vizinhos. Acrescentou ainda que, ao notar a confusão na residência ao lado e ouvir menções ao seu nome, a suspeita voluntariamente se apresentou às autoridades policiais.

Durante a audiência de custódia realizada no dia seguinte à prisão da profissional, na sexta-feira, 12, o sistema judiciário decidiu pela detenção preventiva da advogada, determinando sua permanência sob custódia.

Operação Veritas

Em 2022, a Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) e em conjunto com a Polícia Penal, deflagrou a operação Veritas para cumprimento de 16 mandados de prisão preventiva contra advogados em Goiânia, Anápolis, Planaltina e Distrito Federal.

À época, segundo divulgado pela corporação, além dos advogados, foram cumpridos também 48 mandados de prisão preventiva de faccionados do Presídio Especial de Planaltina (PEP).

As investigações feitas naquele ano apontaram que os advogados presos eram responsáveis pela comunicação dos presos do PEP (todos líderes de facções criminosas) com o mundo externo, levando e trazendo informações, tanto coordenando o tráfico de drogas e a movimentação financeira dos criminosos, como em assuntos referentes a facções. 

O que polícia alega sobre casa invadida por engano

Sobre a casa invadida por engano, a Polícia Civil de Goiás afirma, por meio de nota, que o caso ocorreu durante uma operação policial da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), que cumpria mandados de prisão e busca e apreensão, deferidos judicialmente, reprimindo a prática dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa, informa que seguiu os parâmetros regulares de investigação, obtendo-se êxito no tocante aos alvos.

A PC-GO alega que o mandado de busca e apreensão foi cumprido no endereço correto, constante da ordem judicial, o qual foi obtido mediante investigação técnica, baseada em elementos decorrentes de quebra de sigilo telemático e vigilância policial in loco, devidamente documentados nos autos do inquérito policial de forma sigilosa.

Conforme afirma a corporação, ao chegarem no local, por volta das 6h, os policiais civis bateram no portão e chamaram os moradores diversas vezes. "Estes, por sua vez, recusaram-se a abrir o portão, claramente cientificados de que a polícia judiciária encontrava-se à frente para cumprirem ordem judicial. Após a desobediência reiterada dos moradores, houve a necessidade de entrada forçada na residência, sendo exigida, em seguida, a contenção dos ânimos, em obediência ao artigo 245, parágrafos 2º e 3º do Código de Processo Penal", alega em nota enviada ao Terra

A Polícia Civil ainda afirma que "inegavelmente, havia uma ligação entre a casa objeto da busca e a pessoa que se buscava prender, tanto o é que, esta foi presa em frente à residência citada no mandado judicial, conforme registro das imagens". 

De acordo com a corporação, toda a ação policial foi acompanhada, desde o início, por representante da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-GO.

"A Polícia Civil reforça o seu compromisso pela defesa da sociedade, ocasião em que seguirá firme no combate ao crime organizado, com recordes sucessivos no número de prisões e operações policiais. Vale ressaltar que, na mesma data, a Polícia Civil de Goiás cumpriu mais de 80 mandados judiciais em operações policiais realizadas em todo o território goiano".

Fonte: Redação Terra
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