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Brasil vira rota de casais estrangeiros que buscam ter filhos

16 ago 2009 - 00h33
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Preço acessível para padrões internacionais, tecnologia de ponta e calor humano colocaram o Brasil no destino de mulheres vindas de várias partes do mundo, que sonham em ser mães. O País é uma das referências no tratamento de fertilização in vitro e já disputa mercado com os Estados Unidos e a Europa. Por ano, a indústria de bebês movimenta R$ 300 milhões nas clínicas brasileiras. São quase 200 centros especializados em reprodução assistida em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

Segundo Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), estão previstas 20 mil fertilizações até o fim de 2009. Esse mercado cresce entre 10% e 15% ao ano. Parte do bom desempenho se deve ao número de casais estrangeiros - como os angolanos -, que escolhem o Brasil para gerar seus filhos.

"A facilidade com voos diretos de Lisboa pra cá faz com que essas famílias optem pelo solo brasileiro em vez da Europa. Além disso, o nosso tratamento não perde para o que é feito lá fora. Estamos em tempo real com os avanços tecnológicos dos países do Primeiro Mundo", disse o presidente da SBRA, Adelino Amaral da Silva.

A angolana Joaquina Jacinto José, 28 anos, está no Brasil pela segunda vez para tratamento de fertilização. Ela conta que recebeu a notícia da gravidez na quinta-feira. "Cheguei a ficar hospedada na casa de uma amiga. Agora, aluguei um apartamento em Copacabana e devo ficar até o fim da gestação. O investimento é alto, mas o resultado é gratificante", diz a jovem, que já gastou US$ 6 mil. Ela fez o tratamento na Clínica Fertil, na Lagoa.

Esse tipo de procedimento ainda é caro para a maioria dos brasileiros porque boa parte dos insumos é importada e a medicação tem custo elevado. A técnica, também chamada de alta complexidade por requerer internação para extrair os óvulos e depois a colocação dos embriões, varia de R$ 8 mil a R$ 16 mil, por tentativa. O valor inclui medicação - a parte mais cara do tratamento - e o processo de fecundação feito nos laboratórios especializados. A infertilidade atinge atualmente entre 10% e 15% dos casais, sendo que esse número aumenta a cada ano.

Entre os dias 27 e 29, será realizado o 13º Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida, em Curitiba, onde serão discutidas novas técnicas. A indústria de geração de vidas também cria oportunidades de trabalho. Estimativas apontam para mais de 2 mil pessoas empregadas nesse setor. O segmento também abre mercado. Biólogos, por exemplo, passaram a ocupar a função de embriologistas clínicos - cargo também preenchido por biomédicos, veterinários e até médicos, segundo a SBRA.

b<>Clínica abre filial em Angola

A expansão do ramo de fertilização é promissora. A clínica Mater, de São Paulo, percebeu que os angolanos lideram o turismo reprodutivo e resolveu abrir uma filial em Angola. "Vimos que entre 40 e 50 casais angolanos procuravam as clínicas brasileiras, por causa da facilidade da língua e pelo tratamento ser mais em conta do que na Europa e nos Estados Unidos", conta o sócio da Mater, Cristiano Busso.

O idealizador do projeto Angola, Nelson Antunes, lembra que recebe pacientes do mundo inteiro, principalmente da África. "Por conta da guerra, eles ficaram com sérios problemas reprodutivos. Para se ter ideia, quase 60% das causas de infertilidade em Angola acabam requerendo procedimentos de alta complexidade, ou seja, fertilização in vitro", explica Antunes.

A angolana Catarina Campos, 37 anos, está grávida de seis meses e investiu em torno de US$ 8 mil para realizar o sonho de ser mãe.

Três bebês no colo como recompensa

A fertilização impulsiona as chances de gravidez múltipla. A bancária Cláudia Fernandez, 32 anos, é mãe de trigêmeas, que estão internadas na Perinatal, em Laranjeiras. Ela gastou em torno de R$ 25 mil - preço do Celta Life 0km - em três tentativas: "as pessoas não devem desistir do seu sonho. Todo esse sacrifício vale a pena".

Segundo a clínica, foram 69 partos múltiplos no primeiro semestre. Na unidade Barra da Tijuca, que começou a operar em fevereiro, já são 22.

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