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Avião de Bolsonaro arremete ao tentar pousar em MT por causa da fumaça de queimadas

18 set 2020 - 11h32
(atualizado às 13h32)
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O avião oficial que levava o presidente Jair Bolsonaro foi obrigado a arremeter ao tentar pousar pela primeira vez no aeroporto de Sinop (MT) por baixa visibilidade causada pela fumaça das queimadas que devastam o Pantanal e a Amazônia.

Presidente Jair Bolsonaro
07/09/2020
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro 07/09/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O próprio presidente contou sobre o caso a produtores rurais em um evento na cidade, mas não citou a causa.

"Hoje quando o avião foi aterrissar, ele arremeteu. Foi a 2ª vez na minha vida que acontece isso, uma vez foi no Rio de Janeiro, e, obviamente, algo anormal está acontecendo, no caso é que a visibilidade não estava muito boa. Para nossa felicidade, na segunda vez conseguimos pousar ", contou.

De acordo com informações repassadas pela administração do aeroporto ao site G1, a visibilidade não estava boa por causa da fumaça e o piloto não conseguia enxergar corretamente a pista.

Os mapas do relatório de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostram uma coluna de fumaça que cobre o país, da Amazônia aos Estados do sul, ocupando o oeste e o norte de Mato Grosso, região onde fica Sinop.

As imagens da chegada do presidente à cidade também mostram o aeroporto coberto pela fumaça, assim como as ruas, onde Bolsonaro saiu para cumprimentar apoiadores que o esperavam.

No entanto, ao discursar aos produtores rurais, o presidente afirmou que o Brasil é um "exemplo para o mundo" na questão ambiental e que o país vem sofrendo críticas pelo que chamou de "alguns focos de incêndio" que acontecem ao longo dos anos.

"Temos sofrido uma crítica muito grande. Porque obviamente quanto mais nos atacarem, mais interessa aos nossos concorrentes, para o que temos de melhor, que é o nosso agronegócio", disse. "Países outros que nos criticam não tem problema de queimada porque já queimaram tudo nos seus países."

Os relatórios do Inpe mostram que, até 17 de setembro, o Pantanal tinha 15.835 focos de incêndio e a Amazônia 68.486. Os números são, respectivamente, 202% e 13% maiores que em igual período de 2019. No caso da Amazônia, é o maior número de queimadas desde 2010. Já no Pantanal é o maior da série histórica iniciada em 1998.

Bolsonaro disse ainda aos produtores que não é possível sufocar o agronegócio, que seria a garantia a segurança alimentar do país, para que se faça mais demarcações de terras indígenas, e que por isso havia se recusado a fazer novas demarcações.

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