Ameaças a Flávio Dino entram no inquérito das milícias digitais
Alexandre de Moraes determinou a inclusão dos ataques feitos contra Dino nas redes pelo voto do ministro no julgamento de Jair Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a investigação de ameaças dirigidas a Flávio Dino, também ministro da Corte, após seu voto no julgamento que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo o g1. A apuração foi oficialmente integrada ao inquérito das milícias digitais, que examina a ação de uma suposta organização criminosa atuando nas redes sociais com o objetivo de minar a democracia e coagir membros do STF.
Atendendo a um pedido da Polícia Federal (PF), Moraes deu um prazo de 48 horas para que a Meta, TikTok, X (antigo Twitter) e YouTube forneçam dados cadastrais de dezenas de perfis. Essas contas são suspeitas de terem realizado os ataques identificados. De acordo com o g1, a PF compilou mais de 50 publicações que incluem ameaças de morte a Dino e ofensas a seus familiares, além de xingamentos.
Segundo a PF, as postagens não se limitam ao debate abstrato, apresentando um "potencial intimidatório" que visa constranger o exercício regular da função pública, não apenas de Flávio Dino, mas também do delegado da PF Fábio Shor, que também foi alvo. A corporação reforçou que esse tipo de comportamento é capaz de causar "temor real nas vítimas" e, consequentemente, obstaculizar o desempenho independente e imparcial de agentes públicos.
"Tais comportamentos têm o condão de causar temor real nas vítimas e, consequentemente, obstaculizar o desempenho independente e imparcial de suas funções enquanto agentes públicos", afirmou a PF
Alexandre de Moraes concordou com o entendimento da PF, reconhecendo que os fatos narrados "estão abrangidos pelo objeto desta investigação" das milícias digitais. Com a inclusão no inquérito, a Justiça busca identificar e responsabilizar os autores dos ataques.