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"Somos resistentes e não vão nos apagar" é a mensagem do ATL

Maior Acampamento Terra Livre da história teve luta de povos indígenas isolados e protesto contra garimpo

15 abr 2022 - 08h00
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Milhares de indígenas fizeram marcha até Ministério de Minas e Energia
Milhares de indígenas fizeram marcha até Ministério de Minas e Energia
Foto: Mídia Ninja

Chegou ao fim nessa quinta (14) a 18ª edição do ATL (Acampamento Terra Livre), que reuniu milhares de indígenas de em Brasília (DF) durante dez dias. Além de promover o intercâmbio cultural entre mais de 200 etnias presentes de todos os estados do Brasil, o evento, o maior da história do ATL, teve como objetivo chamar a atenção para as violências contra os povos, nas mais diferentes esferas sociais. E, ainda, servir de cenário para marchas e protestos contra as ameaças causadas pelos chamados "projetos de morte", como foram apelidados os projetos de lei 191/2020, que permite a mineração em terras indígenas, e 490/2007, que prevê que só poderão ser consideras terras indígenas aquelas que já estavam em posse desses povos na data da promulgação da Constituição.

Foram muitos os debates e discussões que aconteceram ao longo dos dez dias. A liderança Edilena Krikati, coordenadora da COAPIMA (Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão) e conselheira COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), reconhece o valor da plenária "#IsoladosOuDizimados - Pelas vidas dos povos indígenas isolados e de recente contato", que aconteceu no dia 7 de abril. "Muitos povos indígenas isolados estão ameaçados. O tema precisa de atenção e cuidados urgentes. Foi bom termos trazido esta discussão durante o Acampamento e ela precisa se expandir", observou.

Outro momento marcante foi a marcha de milhares de indígenas até o Ministério de Minas e Energia. Lá, fizeram um ato simbólico através de encenações que remetiam aos impactos causados pela mineração em territórios indígenas. Ana Patté, do povo Xokleng, estava presente e conta com tom de resistência: "o ato contra o garimpo foi muito forte. Deixamos barras de ouro na frente do Ministério e jogamos lama e tinta vermelha representando sangue, mostrando o que acontece nos nossos territórios. Na minha aldeia há uma barragem implementada sem o consentimento dos povos indígenas para o projeto de uma hidrelétrica. O ato mostrou que somos resistentes e que não vão nos apagar", afirmou.

Fonte: Redação Nós
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