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Queer, o que é? Entenda o termo e a luta desta comunidade

Descubra o que significa ser queer, sua história, importância política e o papel dessa identidade na luta por visibilidade e respeito.

16 jun 2025 - 05h00
(atualizado em 16/6/2025 às 15h58)
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Resumo
O termo "queer" abrange identidades e orientações sexuais que não seguem normas tradicionais, sendo ressignificado de forma afirmativa pela comunidade LGBTQIA+ para promover inclusão, resistência e diversidade.

Explorar a diversidade em todas as suas camadas é essencial para construir uma sociedade mais justa e inclusiva. E, nesse cenário, compreender os conceitos e as vivências que envolvem a sigla LGBTQIAPN+ é um passo importante. 

Imagem mostra bandeira Queer.
Imagem mostra bandeira Queer.
Foto: Significados

Uma das letras que mais despertam dúvidas e, ao mesmo tempo, carrega uma enorme potência política é o Q, de queer.

Agora, você pode estar se perguntando: queer, o que é? E nesse conteúdo vamos te mostrar mais do que o significado, mas também a origem, o uso na atualidade e o papel do termo queer na luta por direitos e visibilidade.

Queer, o que é?

De forma direta, queer é um termo usado para descrever pessoas cujas identidades de gênero ou orientações sexuais fogem das normas cis-heteronormativas. Ou seja, pessoas que não se identificam com os padrões tradicionais de masculinidade, feminilidade, gênero binário e heterossexualidade.

Hoje, queer é entendido como um termo guarda-chuva. Isso significa que ele abrange uma série de vivências e identidades que não se encaixam em categorias fixas ou normativas.

Quem se define como queer pode ser gay, lésbica, bissexual, pansexual, trans, não-binário, agênero, entre outras identidades  ou nenhuma delas especificamente. O foco está justamente na fluidez e na recusa de rótulos fixos.

Mais do que uma orientação ou identidade de gênero, ser queer é também um posicionamento político e social. É afirmar, com orgulho, uma existência fora dos padrões impostos pela sociedade.

Origem e história do termo queer

A palavra “queer” vem do inglês e, originalmente, significa algo como “estranho”, “excêntrico” ou “fora do comum”. No século XIX, o termo começou a ser usado de forma pejorativa para insultar pessoas que não seguiam padrões heterossexuais ou de comportamento de gênero tradicional.

Durante décadas, ser chamado de queer era ofensivo. O termo carregava peso de discriminação, marginalização e violência. No entanto, a partir das décadas de 1980 e 1990, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, ativistas LGBTQIAPN+ iniciaram um movimento de ressignificação da palavra.

O objetivo? Retomar o controle sobre a narrativa e transformar um insulto em símbolo de resistência. Essa reapropriação ganhou força com movimentos radicais que criticavam a assimilação da comunidade aos padrões da sociedade heteronormativa.

Em vez de pedir aceitação pelos moldes tradicionais, essas pessoas passaram a afirmar o orgulho de ser diferente e de ser queer.

A partir daí, a palavra passou a ser usada como forma de identidade e também de crítica social.

Como queer é usado atualmente?

Hoje, o termo queer é utilizado de diversas formas. Ele pode servir como autoidentificação para pessoas que não se reconhecem nas categorias tradicionais de gênero e sexualidade. Como também, pode representar um posicionamento político de contestação às normas sociais que impõem um padrão único de existência.

Na prática, ser queer pode significar:

  • Identificar-se com múltiplas vivências de gênero e/ou sexualidade.
  • Recusar definições fixas e rígidas.
  • Rejeitar as expectativas da sociedade sobre como um corpo, uma identidade ou um desejo deve funcionar.
  • Usar o corpo, a arte, a fala e o afeto como instrumentos de ruptura e transformação.

Além da vivência cotidiana, queer também se consolidou como conceito em ambientes acadêmicos, especialmente a partir da criação da Teoria Queer.

Na cultura pop, artistas, influenciadores e personagens têm assumido identidades queer como forma de visibilidade e afirmação. O termo está presente em entrevistas, músicas, roteiros, discursos e redes sociais, ajudando a ampliar o debate sobre diversidade.

Teoria Queer: uma crítica ao binarismo

A Teoria Queer é uma vertente dos estudos de gênero e sexualidade que se desenvolveu nos anos 1990, tendo como uma de suas principais referências a filósofa e escritora Judith Butler, autora do livro Gender Trouble ("Problemas de Gênero").

A teoria propõe uma desconstrução das normas que definem o que é ser homem ou mulher, o que é ser heterossexual ou homossexual. Ela questiona a ideia de que existem apenas dois gêneros fixos e que a heterossexualidade é o padrão natural.

Em vez disso, a Teoria Queer afirma que gênero e sexualidade são construções sociais, performáticas e diversas e que os corpos e identidades não precisam obedecer a categorias estáticas.

Essa perspectiva tem sido fundamental para o avanço dos debates sobre inclusão, direitos humanos e políticas públicas, especialmente em áreas como educação, cultura, saúde e direito.

Queer é uma identidade?

Sim. Para muitas pessoas, queer é uma identidade pessoal. E mais: é uma forma de afirmar quem se é num mundo que tenta, a todo momento, encaixar todo mundo em caixas estreitas.

Uma pessoa pode se identificar como queer quando:

  • Sente que os rótulos existentes não a representam;
  • Vive a sexualidade de forma fluida;
  • Se reconhece fora do binarismo de gênero;
  • Não se sente confortável com as definições tradicionais de “homem”, “mulher”, “gay”, “hétero”, etc.

Essa identidade pode mudar ao longo da vida e tudo bem. A fluidez é parte essencial da experiência queer.

Famosos que se identificam como queer

A representatividade importa  e ver pessoas conhecidas se identificando como queer ajuda a valorizar a diversidade. Alguns exemplos de artistas que se autodeclaram queer:

  • Pabllo Vittar – cantora e drag queen brasileira, ícone LGBTQIAPN+ internacional.
  • Gloria Groove – cantora, rapper e drag queen brasileira, que aborda temas de identidade e resistência em suas músicas.
  • Janelle Monáe – artista norte-americana que se descreve como uma “mulher negra e queer”, abordando temas de identidade em suas letras e discursos.
  • Laverne Cox – atriz e ativista trans, conhecida pela série "Orange Is the New Black", que também se reconhece como queer.
  • Jonathan Van Ness – estrela da série "Queer Eye", é uma pessoa não-binária e queer, defensora de pautas LGBTQIAPN+.

Essas figuras públicas usam suas vozes e visibilidade para abrir caminhos e dar nome a experiências que, por muito tempo, foram silenciadas.

Diferença entre queer, gay, trans e outros

É comum confundir os termos dentro da sigla LGBTQIAPN+, então é importante esclarecer:

  • Gay: geralmente, homens que se relacionam afetiva e sexualmente com outros homens.
  • Lésbica: mulheres que se relacionam com mulheres.
  • Bissexual: pessoas que se atraem por mais de um gênero.
  • Trans: pessoas cuja identidade de gênero é diferente daquela atribuída no nascimento.
  • Não-binário: pessoas que não se identificam exclusivamente como homem ou mulher.
  • Queer: pode incluir todas as identidades acima ou nenhuma delas de forma fixa.

Ou seja, “queer” não é sinônimo de “gay” ou “trans”, mas pode englobar essas e outras vivências. É um termo amplo, fluido, que valoriza o direito de cada pessoa se definir (ou não se definir) como quiser.

Qual é a bandeira queer?

A comunidade queer também tem sua bandeira, embora não seja tão conhecida quanto outras. A versão mais difundida traz três cores principais:

  • Lavanda: simboliza a androginia, ou seja, a mistura de características tradicionalmente associadas a masculinidade e feminilidade.
  • Branco: representa identidades agêneras ou a ausência de gênero.
  • Verde: cor escolhida para representar pessoas não-binárias ou que rejeitam o binarismo de gênero.

Essas cores foram escolhidas para representar a multiplicidade, a fluidez e a não conformidade que caracterizam a experiência queer. A bandeira é um símbolo de orgulho, resistência e liberdade.

Que dia o queer é celebrado?

Embora não exista, oficialmente, um “Dia do Orgulho Queer” específico, a identidade queer é amplamente celebrada no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, comemorado em 28 de junho.

A data marca o aniversário da Revolta de Stonewall, ocorrida em 1969 em Nova York, quando pessoas, em sua maioria, trans e queer, resistiram à violência policial. Esse episódio é considerado o marco do movimento moderno pelos direitos da comunidade ao redor no mundo.

Desde então, o 28 de junho se transformou num dia de visibilidade, celebração e luta por dignidade, igualdade e reconhecimento.

Agora que você entende melhor o que é ser uma pessoa queer, pode perceber que estamos falando muito mais do que uma identidade: estamos falando de uma maneira de existir.

E, num mundo que ainda impõe tantas violências à diversidade, reconhecer e valorizar as identidades queer é parte essencial da construção de um futuro mais justo para todas as pessoas.

Para saber mais sobre diversidade e se manter informado sobre o universo LGBTQIAPN+, acompanhe a editoria Nós do Terra! 

Fonte: Redação Terra
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