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Evandro Santo relembra tempo na prostituição: "Era preso e apanhava da polícia"

Sóbrio há dois anos, eterno Christian Pior está retornando aos palcos e diz estar em "reconstrução de carreira"

21 jun 2023 - 05h00
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Evandro Santo recorda expulsão de casa, prostituição e cita vício:

Antes de alçar à fama com o icônico Christian Pior, Evandro Santo, de 48 anos, teve que lutar para sobreviver em São Paulo. Expulso de casa pela mãe devido à sua sexualidade, ele resolveu construir a vida na capital, mas sem suporte - muitas vezes - ele apelava a métodos pouco convencionais para manter as contas em dia e ter vida social, como a prostituição.

“Era ótimo, [me prostituía] no Parque Trianon, na época eu tinha 15 anos, era o único dos michês que fazia balé, o único que tinha um sonho. A molecada queria ser sustentada por alguém, eu odiava essa ideia, eu fazia meu programa, pagava meu aluguel, ia para a boate e depois para o ensaio”, diz Evandro Santo em entrevista exclusiva ao Terra.

Apesar do glamour empregado na memória, o comediante lembra que, não obstante à prostituição, à vezes ele era detido e levava uma “coça” da polícia. Em 1989, jornais como Estadão e Folha ainda noticiavam casos do tipo, isso porque o Brasil pós-ditadura ainda não tinha desmontado as famosas Delegacias de Repressão a Vadiagem, que eram responsáveis por “limpar e manter a ordem” nas ruas da cidade.

“Era divertido [me prostituir], mas, claro, era preso toda hora, eu apanhava da polícia […] mas naquela época, sendo jovem, gay e sexualizado, não parecia tão ruim. Eram outros tempos e visões de mundo. Hoje, isso é um absurdo”, complementa o comediante.

Evandro Santo, ator e comediante
Evandro Santo, ator e comediante
Foto: Gabriel Moraes | Terra

AVC na TV e reabilitação

Com espírito de grandeza, Evandro nunca se contentou com pouco. Foi garçom, porteiro no extinto Parque do Gugu (atual Parque da Mônica), modelo, dançarino, ator. Toda essa dedicação o levou ao horário nobre, mais exatamente ao Programa Pânico, onde encarnou Christian Pior. Há anos longe da prostituição, durante sua passagem pelo folhetim, ela iniciou o uso de drogas ilícitas. Em 2012, o uso estava tão exagerado que ele alega ter tido um AVC enquanto entrevistava Faustão no casamento de Emerson Fittipaldi.

Depois deste episódio, Evandro continuou no vício. Após a saída do Pânico, em 2017, ele chegou a se internar cinco vezes. A última foi em 2021, quando teve uma crise alucinógena, resultado de uma noitada com um amigo. A partir daí, o próprio tomou as rédeas de sua vida e se hospitalizou em um estabelecimento comprometido com o tratamento humanizado. 

Evandro Santo, ator e comediante
Evandro Santo, ator e comediante
Foto: Gabriel Moraes | Terra

Em todas as clínicas, segundo Evandro Santo, a parte mais difícil sempre foi o desmame. Isso porque, nas casas de saúde ele contempla uma equipe multidisciplinar a seu dispor, além de contar com ajuda na redução dos medicamentos controlados. Ao relatar essas vivências, ele cita que cada gota a menos do Rivotril na receita o deixava mais ansioso. Apesar dos desafios, ao final venceu essa luta e está há dois anos sóbrio.

“Por mim, eu nem teria saído. Eu amava a clínica. Cheguei a trabalhar em uma durante o tempo que fiquei internado porque sempre fui de fazer mais do que o esperado. Lá, eu vi muita coisa, gente que precisa de ajuda de verdade, vi um homem tentar suicídio, foi pesado. Mas sair [da clínica] foi bastante difícil porque lá está todo mundo no zero a zero. Ninguém é melhor que ninguém, você se sente confortável, agora encarar o mundo real é difícil”. 

A sobriedade e a reconstrução da carreira

Evandro Santo, ator e comediante
Evandro Santo, ator e comediante
Foto: Gabriel Moraes | Terra

Fora da clínica psiquiátrica, Evandro mora em um apartamento na região Central de São Paulo (SP). Seus acessórios de vestuário e velas aromáticas, coisa que ele ama, dão o tom da decoração. No YouTube, ele afirma passar pelo processo de reconstrução de carreira. Em mais um passo desse trajeto, ele está retornando aos palcos após quatro anos de pausa. O show tem seu nome e, em suma, trata-se dele comentando sua nada comum história com o humor que só ele sabe fazer. 

“Eu chamo de reconstrução de carreira porque é preciso pecar para se curar. Eu já pequei e agora me curo. Eu abordo muito essa questão do sagrado e do profano no meu show. O espetáculo se chama ‘Evandro: Nunca Fui Santo’. Nele, eu falo de mim, da minha vida, da minha rotina e levo alegria às pessoas, que é o que mais gosto de fazer”.

Apesar do momento turbulento que vive, Evandro Santo não se vê caindo em tentação tão facilmente. Ele, que já se internou cinco vezes, encontrou paz na sua fragilidade. 

“Tem dias que são mais difíceis que os outros, mas eu reconheço que preciso de ajuda, não há nada como se conhecer, é a maior riqueza que podemos ter. Tem dias que eu dependo do telefonema de uma amiga, outro dia dependo do telefonema de outro. Hoje, por exemplo, eu não queria levantar, atendi uma ligação e já me despertei para a vida”. 

Para além dos palcos, Evandro Santo anseia não somente um retorno para TV, mas para a rádio, segundo ele, o meio de comunicação que mais gosta. Os convites ainda não chegaram, mas ele sabe que vão chegar.

Fonte: Redação Terra
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