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'Monica', filme estrelado por transgênero, brilha no Festival de Veneza

Protagonista é vivida pela atriz transgênero Trace Lysette

6 set 2022 - 07h48
(atualizado às 09h27)
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Filme de Andrea Pallaoro sobre uma filha, interpretada por Trace Lysette, que volta para cuidar da mãe foi aplaudido por 11 minutos
Filme de Andrea Pallaoro sobre uma filha, interpretada por Trace Lysette, que volta para cuidar da mãe foi aplaudido por 11 minutos
Foto: Festival de Veneza

ANSA - O filme Monica, do cineasta italiano Andrea Pallaoro, foi aplaudido por 11 minutos em sua estreia no Festival de Veneza, neste sábado, 3, repetindo o acolhimento positivo já visto com Bones and All, de Luca Guadagnino.

Monica é o segundo entre os cinco concorrentes italianos ao Leão de Ouro a ser exibido na mostra e narra a história de uma mulher transexual que volta para casa para cuidar de sua mãe moribunda.

A protagonista é vivida pela atriz transgênero Trace Lysette, uma das favoritas a conquistar a Taça Volpi de melhor intérprete no 79º Festival de Veneza.

O diretor Andrea Pallaoro com Patricia Clarkson (E.) e Trace Lysette na apresentação de 'Monica', em Veneza (Foto: Yara Nardi/Reuters) Foto: YARA NARDI

"Monica é um momento fundamental, representa para mim uma grande oportunidade de contar aquilo que eu sou e de ser considerada uma atriz plena", afirmou Lysette, que concluiu a transição há pouco tempo e ainda usa um passaporte com nome masculino.

"Tive momentos difíceis, quis desistir de tudo, o rótulo de gênero me perseguia, mas um amigo me encorajou a investir em mim mesma, a seguir em frente. Fiz aulas de atuação, fui chamada para Law and Order, e minha vida começou a se levantar", contou a americana, que agora sonha em ser convidada para estrelar um filme apenas como atriz, sem o adjetivo "transgênero".

"Acho que mereço isso, trabalhei duro e tenho talento", acrescentou. Pallaoro escolheu Lysette entre 30 candidatas trans. "Mas tive uma empatia especial com ela", disse o cineasta italiano.

Segundo ele, Monica é sobre uma filha que reencontra a mãe e a família após uma longa ausência e que quer recuperar o tempo perdido. "A memória que a mãe doente perdeu se torna o centro de tudo, e a aceitação ao outro vira o pano de fundo das relações humanas", afirmou.

Estadão
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