Script = https://s1.trrsf.com/update-1732903508/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

"Maria, volta para mim": entenda significado de cartazes espalhados por Salvador

Frases de campanha exemplificam dinâmica comum em relacionamentos abusivos

26 nov 2024 - 14h45
Compartilhar
Exibir comentários
Resumo
Campanha em Salvador alerta sobre o ciclo de violência doméstica e o comportamento manipulativo do agressor após episódios de violência contra a mulher.
A campanha foi idealizada pelo Instituto Glória, ONU Mulheres e a Prefeitura de Salvador
A campanha foi idealizada pelo Instituto Glória, ONU Mulheres e a Prefeitura de Salvador
Foto: Reprodução: Instagram/prefsalvador

Cartazes com mensagens de um homem pedindo que uma mulher chamada Maria volte para ele têm chamado a atenção nos últimos dias de quem passeia pelas ruas de Salvador. Embora Maria seja uma figura fictícia neste contexto, a mensagem transmitida pelos cartazes é um alerta sobre a violência doméstica e o ciclo de abuso vivido por muitas mulheres.

A campanha, idealizada pelo Instituto Glória, ONU Mulheres e a Prefeitura de Salvador em alusão ao Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, celebrado na última segunda-feira, 25, visa sensibilizar a população sobre as fases do ciclo de violência, especialmente o momento de arrependimento.

As frases estampadas nos cartazes, como “Maria, eu te amo. Desculpa aquele dia, eu estava nervoso. Volta para mim” e “Maria, me perdoa. Tudo que eu faço é só para te proteger. Volta para mim”, exemplificam uma dinâmica comum em relacionamentos abusivos, quando o agressor tenta reconquistar a confiança da vítima após um episódio de violência.

Por que vítimas de violência doméstica não denunciam? Por que vítimas de violência doméstica não denunciam?

Embora pareçam demonstrações de arrependimento, esses gestos fazem parte do ciclo de violência doméstica. Essa fase, conhecida como “lua de mel”, cria a falsa sensação de que tudo será diferente, o que muitas vezes impede a vítima de romper com a relação abusiva.

Neste estágio, o agressor promete que vai mudar, tentando convencer a vítima de que a violência não irá se repetir. No entanto, esse comportamento é, na verdade, manipulativo, buscando restabelecer o controle emocional sobre a vítima e, frequentemente, é seguido por um retorno ao comportamento abusivo, reiniciando o ciclo.

Violência contra a mulher em dados

A violência contra a mulher é uma realidade alarmante no Brasil, como revela a pesquisa “Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio”, divulgada pelo Instituto Patrícia Galvão na última segunda-feira, 25. O levantamento aponta que 18% das mulheres já foram ameaçadas de morte por um ex-parceiro, sendo que esse índice é ainda maior entre mulheres negras, chegando a 26%. Além disso, seis em cada dez mulheres conhecem uma mulher que já sofreu esse tipo de ameaça.

Apesar do medo constante, que atinge 44% das entrevistadas, muitas tentam romper o ciclo: 60% afirmaram ter encerrado o relacionamento após ameaças. A pesquisa destaca ainda o papel das redes de apoio, com 64% das mulheres buscando a polícia ao saber de casos semelhantes. 

Fonte: Redação Nós
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Seu Terra












Publicidade