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"Diversidade e inclusão não são caridade, não estamos falando de favor", diz Gabriela Augusto

Executiva fundadora da Transcendemos discursou no Women On Top 2024 e falou sobre seus aprendizados

8 mai 2024 - 05h00
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Resumo
No Women On Top 2024, a fundadora da Transcendemos, Gabriela Augusto, discursou sobre a importância da diversidade e as barreiras que as mulheres e grupos sub-representados enfrentam nas empresas.
Gabriela Augusto assumiu o conselho do CIEE no início deste ano
Gabriela Augusto assumiu o conselho do CIEE no início deste ano
Foto: Reprodução/YouTube

Em discurso no Women On Top 2024, evento que reuniu diversas lideranças femininas no último sábado, 4, Gabriela Augusto, fundadora da Transcendemos, empresa que presta consultoria sobre diversidade e inclusão para outras instituições, compartilhou o que aprendeu sendo a primeira mulher trans no conselho de uma grande organização e a importância da diversidade nas empresas.

Durante sua apresentação, ela esclareceu que, no Brasil, as empresas de capital aberto precisam ter pelo menos uma mulher e uma pessoa de um grupo sub-representado, como pessoas negras e pessoas com deficiência, em seus conselhos.

"Essa é uma regra que está em vigor desde 2023 e que faz parte da instrução normativa 59 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)", contou. "É importante começar falando dessa regra e até do por que uma regra como essa é importante (...) Só 14% dessas cadeiras, que são o mais alto nível hierárquico das empresas, são ocupadas por pessoas como nós", ressaltou citando dados da pesquisa do Brasil Board Index, de 202, sobre a presença feminina em conselhos de administração no Brasil.

Um outro dado compartilhado por Gabriela pode ser até mais assustador quanto o anterior, segundo a executiva. "Se considerarmos, por exemplo, a questão racial, uma outra pesquisa, feita pela B3, em 2023, apontou que 89% das empresas não têm pessoas negras nem no seu conselho e nem na sua diretoria."

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Mulher trans

Gabriela Augusto ainda contou que, após assumir o conselho do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) no início deste ano, ela e sua equipe procuraram dados públicos sobre outras pessoas trans no conselho de organizações do mesmo porte. "A gente não achou nenhuma informação", disse.

"Isso é muito preocupante porque levanta uma pergunta: por que nós não chegamos lá? Por que nós, mulheres, pessoas negras, não estamos representadas na liderança dessas organizações? As respostas são múltiplas."

Segundo Gabriela, as mulheres precisam ultrapassar obstáculos importantes como ter acúmulo de jornadas de trabalho, já que muitas cuidam de seus respectivos lares, além da vida profissional ativa.

"Nós, mulheres, nos deparamos com uma série de barreiras que dificultam nossa ascensão até essas posições de liderança. Se a gente olha para outras diversidades, não podemos esquecer também que o racismo ainda é uma dura realidade", afirmou.

Diversidade não é caridade

A fundadora da Transcendemos ainda falou sobre ser uma mulher trans na área corporativa. "A primeira coisa que eu aprendi é que diversidade e inclusão não são caridade, não estamos falando de um favor. A gente está falando que diversidade é potência. Diversidade é força", destacou.

Para ela, não faltam argumentos para convencer o mercado sobre isso. "A primeira coisa que a gente pode mencionar são as perspectivas ampliadas quando se tem mais mulheres e pessoas negras nessas lideranças", disse.

"Então, na medida em que nas nossas equipes tem pessoas com diferentes trajetórias de vida e visões de mundo, isso faz com que a gente tome decisões de maior qualidade. E isso é fundamental para as nossas empresas", argumentou.

Segundo ressaltou Gabriela, as empresas precisam de pessoas capazes de levar inovação e criatividade para os processos de tomada de decisão. "E a chave para isso acontecer é a diversidade", afirmou.

"Diversidade e inclusão não é caridade", diz Gabriela Augusto:
Fonte: Redação Nós
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