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Cirurgião plástico condenado por estuprar sobrinha recebe homenagem em evento na Alesp

Médico Milton Seigi Hayashi foi condenado a 14 anos e 4 meses de prisão por estupro de sobrinha de 9 anos

10 abr 2025 - 17h24
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Resumo
O cirurgião Milton Seigi Hayashi, condenado por estupro, recebeu uma homenagem em evento na Alesp promovido pela ABFIP, que alegou desconhecer a condenação e afirmou que irá avaliar a cassação da honraria.
Cirurgião plástico Milton Seigi Hayashi recebeu homenagem em evento da Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz (ABFIP), realizado na Alesp
Cirurgião plástico Milton Seigi Hayashi recebeu homenagem em evento da Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz (ABFIP), realizado na Alesp
Foto: Larissa Navarro/Alesp

O cirurgião plástico Milton Seigi Hayashi, condenado a 14 anos e 4 meses de prisão por estuprar uma sobrinha de 9 anos, recebeu homenagem em evento da Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz (ABFIP) realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em 27 de março.

Ao Terra, o advogado de defesa Elber Carvalho de Souza afirmou que o processo que resultou na condenação do médico ainda está em fase de recurso. O defensor disse que seu cliente está respondendo ao processo por ter se recusado a ceder a uma tentativa de extorsão, que as acusações são inverídicas e que comprovará a inocência do cirurgião. Sobre a homenagem recebida, o advogado afirmou tratar-se de um reconhecimento isolado, baseado nos méritos profissionais do médico.

Conforme a denúncia do Ministério Público, em 2022, o médico Hayashi cometeu o crime sexual contra a sobrinha, então com 9 anos, dentro da residência dele. O abuso ocorreu enquanto a menina estava na piscina, quando ele tocou indevidamente a região íntima da criança.

No dia seguinte ao ocorrido, Hayashi se encontrou com a mãe da vítima e, durante a conversa -- que foi gravada --, admitiu o ato, demonstrando arrependimento e afirmando estar "envergonhado". O caso foi julgado pela 1ª Vara Criminal de Birigui, que considerou provas como o boletim de ocorrência, o relatório policial, a gravação da confissão e os depoimentos apresentados.

Inicialmente, a sentença foi de 16 anos e 4 meses de prisão. No entanto, após um recurso, a 8ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP manteve a condenação, mas reduziu a pena em dois anos.

A Alesp emitiu nota esclarecendo que o evento foi de responsabilidade da Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz, entidade organizadora. O espaço foi disponibilizado mediante solicitação do gabinete do deputado Capitão Telhada (PP) para a realização do ato solene, cabendo à Alesp apenas a cessão do espaço físico. A instituição destacou ainda que a medalha 'Cinquentenário das Forças de Paz do Brasil', distribuída durante a cerimônia, não integra o rol de honrarias oficiais do Parlamento Paulista.

A assessoria do deputado Capitão Telhada informou que o evento foi realizado a pedido da própria associação, que recebeu autorização para uso do espaço legislativo, como ocorre com diversas entidades da sociedade civil.

"O gabinete do deputado Capitão não teve qualquer participação na escolha dos homenageados, uma atribuição exclusiva da ABFIP, conforme reconhecido pela própria entidade em nota oficial. O deputado não tinha qualquer informação ou conhecimento prévio sobre a condenação de um dos agraciados. A presença do parlamentar se deu de forma protocolar, conforme previsto no rito da cerimônia organizada pela associação", afirmou em nota. 

Ainda segundo a assessoria do parlamentar, o deputado determinou que a associação seja formalmente notificada para o cancelamento da honraria concedida ao cirurgião. O gabinete se comprometeu a acompanhar todos os desdobramentos do caso. 

De acordo com o Ministério Público, a denúncia contra o médico foi formalizada em 22 de setembro de 2022. Na ocasião, foi solicitado a apreensão do passaporte do acusado, o que foi aceito pelo judiciário. 

Em nota, o Tribunal de Justiça informou que o processo corre sob sigilo judicial, o que restringe o acesso aos autos exclusivamente às partes envolvidas e seus representantes legais.

Associação avalia cassar honraria

A ABFIP afirmou que só tomou conhecimento através da imprensa sobre a condenação do médico Milton Hayashi. "A condenação do homenageado era de total desconhecimento desta instituição, que foi totalmente surpreendida com a informação, vez que realiza pesquisas e referências de seus indicados antes da aprovação da homenagem pela comissão de outorgas.Contudo o fato de o processo estar em segredo de justiça, não foi possível tomar o conhecimento", destacou.

A associação também informou que já vem tomando todas as medidas necessárias para instauração de procedimento interno para averiguar os fatos, e com base no estatuto, seguindo os trâmites estabelecidos providenciar a cassação da condecoração realizada. 

"O caso em repercussão foi totalmente isolado. O médico foi indicado pelo departamento de saúde da instituição, após análise de documentos, informações prestadas pelo médico e notícias encontradas em redes sociais, bem como referências apresentadas pelos seus 25 anos de serviços prestados como

médico, não se tendo conhecimento do processo criminal informado. A Condecoração outorgada é de responsabilidade da ABFIP não havendo qualquer participação por parte do dabinete do deputado Capitão Telhada, que presidiu a sessão, bem como da Alesp na indicação dos homenageados", acrescentou na nota.

Fonte: Redação Terra
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