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“A luta do nosso povo é o que inspira”, diz integrante do Brô MC’s, 1º grupo de rap indígena do Brasil

Com 15 anos de carreira, é por meio da música que Bruno Veron, Kelvin Mbaretê, Charlie Peixoto (CH) e Clemerson Batista fazem resistência

19 abr 2024 - 05h00
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O Brô MC’s é considerado o primeiro grupo de rap indígena do Brasil
O Brô MC’s é considerado o primeiro grupo de rap indígena do Brasil
Foto: Reprodução/Instagram/bromcsoficial

“Te chamamos para revolucionar, aldeia unida mostra a cara”, é o refrão do rap “Eju Orendive”, um dos sucessos e missão principal do grupo Brô MC’s, formado por rappers das comunidades Jaguapiru e Boróró, em Dourados (MS). 

Com 15 anos de carreira, é por meio da música e da poesia do rap que Bruno Veron, Kelvin Mbaretê, Charlie Peixoto (CH) e Clemerson Batista fazem resistência. Os integrantes, todos da etnia guarani-kaiowá, falam da realidade indígena em suas letras e têm como objetivo despertar o interesse pela cultura dos povos originários. 

“O grupo surgiu em 2009 com o intuito de denunciar toda a violência que o povo guarani-kaiowá sofre e falar trazer a realidade, não só da nossa comunidade, mas de outras”, disse CH, em entrevista ao Terra NÓS

O Brô MC’s é considerado o primeiro grupo de rap indígena do Brasil, que mistura português e guarani em suas músicas. Os rappers sul-mato-grossenses também foram os primeiros a tocar no Rock in Rio, em 2022. 

Como inspirações, eles citam nomes icônicos da cena do rap, incluindo Racionais MC's, MV Bill e Facção Central. Além disso, destacam como referências os caciques, rezadores, a própria cultura indígena, rica, pulsante e diversa. “A luta do nosso povo é o que nos inspira”, acrescenta CH. 

Preconceito com o rap 

O rap, um gênero musical que foi – e ainda é – marginalizado, se apresenta como ferramenta de comunicação e identidade cultural e política em diversos lugares, sobretudo em regiões periféricas do Brasil. Para CH, quem faz parte do movimento hip-hop não é visto como músico ou artista de verdade. 

“A gente acaba se deparando com o preconceito, com racismo, até mesmo dentro do movimento. Bem no comecinho [do grupo], isso aconteceu. Falavam que a gente não representava o rap nem a nossa comunidade”, desabafa. 

É por essa razão que o Brô MC’s existe, justamente mostrar uma perspectiva indígena na música e combater estereótipos. 

Futuro ancestral

Recentemente, o grupo se apresentou no Grammy Museum, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A apresentação faz parte do projeto “O Futuro é Ancestral”, que tem previsão de estreia para este 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas.

O álbum, promovido pelo Instituto Alok, tem a participação de mais de 60 músicos indígenas, que trabalharam por mais de 500 horas. “É muito importante para a promoção da inclusão e representatividade, além da visibilidade e valorização da cultura indígena guarani-kaiowá e outras comunidades com expressões artísticas”, comenta Kelvin Mbaretê. 

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Para o futuro, o plano do grupo é continuar fazendo revolução. “Nosso objetivo é continuar ampliando a voz indígena pelo Brasil e mundo afora, levando música de qualidade e a nossa poesia. Somos artistas, então a gente quer estar em cima do palco”, pontua CH. 

“Fazer a comunidade indígena acreditar no sonho, acreditar que somos capazes, que é possível. Então é essa a palavra: continuar lutando por aquilo que a gente acredita e que nossos direitos não sejam algo só escrito em um papel”, finaliza o rapper.

Fonte: Redação Nós
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