Uma delegação de ministros de Relações Exteriores de países muçulmanos pressionará o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas para tomar medidas com o intuito de conter a "agressão" de Israel contra os palestinos, informou nesta segunda-feira (13) o emir do Catar, xeque Hamad bin Khalifa Al Thani.Discursando no encerramento da cerimônia da 9ª Reunião de Cúpula da Organização da Conferência Islâmica (OCI), o xeque Hamad disse que tal delegação deveria pressionar o Conselho de Segurança da ONU para "fornecer a proteção internacional necessária ao povo palestino".
A conferência tem de agir "imediatamente e adotar medidas práticas para conter a agressão contra os palestinos", declarou o xeque Hamad, em referência aos atuais conflitos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Seu discurso improvisado foi muito aplaudido.
Os confrontos nos territórios palestinos, onde mais de 200 pessoas morreram em mais de seis semanas, constituem uma "crise islâmica", declarou o ministro de Relações Exteriores do Catar durante entrevista coletiva após o fim da reunião de cúpula.
"Aquele pequenos país (Israel) está derramando nosso sangue e o sangue do povo palestino e ninguém o detém. Nós deveríamos nos envergonhar de nós mesmos, irmãos", disse o chanceler xeque Hamad bin Jassem bin Jabor Al Thani.
Perguntado sobre o motivo pelo qual os Estados árabes ricos em petróleo não se utilizam de cortes na produção da matéria-prima para combustíveis para auxiliar os palestinos, o ministro de Exterior disse que tais países deveriam doar dinheiro a outras nações muçulmanas e árabes que atravessam dificuldades no momento.
Além disso, os Estados Unidos têm responsabilidade pela violência na Cisjordânia e na Faixa de Gaza "porque é o parceiro responsável pelo processo de paz", declarou o chanceler.
Pedindo a Washington para use sua influência, ele declarou: "Deve haver pressão sobre o lado forte, que é Israel, e não sobre o lado fraco (palestinos)."
A conferência foi encerrada com seus participantes convidando os países-membros da OCI a romper relações diplomáticas com Israel - em um tom mais ameno do que o defendido pelos sírios. O presidente da Síria, Bashar Assad, deixou a cúpula antes do planejado, aparentemente em protesto.
Em uma medida sem precedentes, as delegações nacionais atenderam a um pedido iraquiano para que a invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990 não mais seja descrita como uma "agressão".
Uma resolução substituiu a frase "efeitos da agressão do Iraque contra o Kuwait" pela expressão "a situação entre Iraque e Kuwait". Uma autoridade iraquiana informou que seu país irritou-se com a frase original e pediu sua alteração.
Apesar dos esforços conciliatórios de diversos países do Golfo Pérsico, uma muito esperada reconciliação entre Iraque e Kuwait não se materializou durante a cúpula. Uma resolução final da cúpula determina firmemente que o Iraque obedeça às resoluções impostas pela ONU após a Guerra do Golfo, travada em 1991.
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