O premiê israelense Ehud Barak e o presidente norte-americano Bill Clinton não deram qualquer indicativo na segunda-feira de ter encontrado uma maneira de pôr fim às sete semanas de confrontos entre judeus e palestinos. Os dois líderes se reuniram na Casa Branca no domingo para tentar encontrar maneiras de acabar com a violência, que tem prejudicado o processo de paz no Oriente Médio. Pelo menos 206 pessoas já morreram nos choques entre palestinos e tropas israelenses, sendo a maioria delas árabe. Barak afirmou apenas que ele e Clinton discutiram "a importância de pôr fim à violência no Oriente Médio e estabilizar a situação, além de implementar os acordos selados com os palestinos", numa cúpula realizada no Egito, em outubro. "Israel busca a paz, mas uma paz que seja alcançada na mesa de negociações e não pela imposição da vontade de um lado sobre o outro ou por meio de atividades internacionais", disse Barak a jornalistas, após o encontro com Clinton.
O premiê israelense viajou a Chicago na segunda-feira para discursar perante a Assembléia Geral de Comunidades Judaicas Unidas. O ministro de gabinete Binyamin Ben-Eliezer afirmou na segunda-feira que Israel está fazendo todos os esforços possíveis para pôr fim à violência em Gaza e na Cisjordânia, mas que os palestinos não estão cooperando. Um funcionário norte-americano disse que os EUA, principal mediador entre Israel e os palestinos, vai manter-se em contato com os dois lados para tentar acabar com os choques.
"Vamos continuar tentando trabalhar com as duas partes para possibilitar o fim da violência e encontrar a melhor maneira de voltar à criação de uma solução política para paz", disse o funcionário a jornalistas em Washington. Hussein al-Sheikh, secretário do movimento Fatah (facção do presidente Yasser Arafat), na Cisjordânia, atribuiu os conflitos a Israel, dizendo que o líder palestino fez todos os esforços possíveis para chegar à paz. "Acho que agora já estamos em guerra", disse Sheikh a uma rádio local. "O lado palestino não foi culpado por iniciar esta Intifada (levante)." Em Gaza, tropas israelenses mataram a tiros um adolescente palestino. Um outro palestino, procurado pelas autoridades árabes por colaborar com Israel, foi morto na Cisjordânia.
Leia mais:
» Arafat poderá participar de funeral de Lea Rabin
» Barak e Clinton fazem reunião em Washington
» Arafat e Annan estudam envio de observadores a Palestina
» Palestino que colaborava com Israel é morto na Cisjordânia
» Arafat diz que palestinos vão continuar lutando pela liberdade
» Jovem palestino é morto com uma bala no peito
» Entenda os conflitos no Oriente Médio