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Eleições americanas fascinam e preocupam a Europa

Domingo, 05 de novembro de 2000, 10h23min
Assistindo do outro lado do Atlântico, os maiores aliados europeus dos Estados Unidos estão acompanhando a campanha presidencial com uma mistura de fascinação, preocupação e confusão. Fascinação pelo espetáculo em si - dois homens disputando cabeça a cabeça o governo mais importante do mundo -, que tem o gosto de um filme de Hollywood e a energia de um campeonato esportivo.

As preocupações são em relação às dúvidas se a política exterior do republicano George W. Bush poderia causar problemas aos nem tão unidos Estados da Europa. E confusão por causa dos fatores que tornam a política norte-americana diferente - individualismo, mistura étnica e o papel da religião.

A mídia cobre a campanha em detalhes, produzindo reportagens mais profundas do que as feitas sobre os países vizinhos. Mas os temas são tão diferentes que provocam pouca emoção ou debate na Europa. ''Nenhuma campanha eleitoral na Europa é assim'', explicou Thierry de Montbrial, chefe do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI). ''O programa do partido conta menos que a personalidade.''

Se pudessem, os europeus votariam em massa no democrata Al Gore. Tanto por causa de afinidade política quando pela personalidade. O Financial Times, de Londres, apoiou Gore na sexta-feira, na primeira vez que endossou um candidato nos Estados Unidos. Na França, uma pesquisa de opinião mostrou que os eleitores elegeriam Gore por 59 a 41 por cento. Entre os eleitores com grau universitário, a vitória seria por 84 por cento.

''O jogo de xadrez da política muda para a direita quando cruza o Atlântico'', disse o sociólogo francês Eric Fassin. ''Gore está à esquerda de Bush, mas na França seria de direita. Os únicos que preferem Bush são de extrema direita.'' Na Europa, onde a pena de morte é vista como um barbarismo de épocas obscuras, as 146 execuções permitidas por Bush durante seu governo no Texas, desde 1995, são uma grande desvantagem para ele.

Mesmo quando os europeus discordam de Gore, ele tem mais simpatia que Bush. A maior preocupação em relação à política exterior fica por conta do plano de Bush de retirar tropas norte-americanas de manutenção da paz nos Bálcãs e forçar os europeus a preencher a lacuna. Bush irritou a Europa ao sugerir que o continente não colabora o suficiente para as missões de manutenção da paz.

''Se a América realmente quer se retirar das operações conjuntas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), será o início do fim da organização'', disse Theo Sommer, da revista semanal alemã Die Zeit. Em Belfast, o professor Paul Bew, da universidade Queens, disse: ''Acho que a Irlanda do Norte sairá da agenda com qualquer vencedor. É improvável que haja o mesmo envolvimento''.

Na Grã-Bretanha, a preocupação parece ser maior, refletindo os laços profundos entre os países. ''Sem a capacidade dos Estados Unidos, a Otan pareceria radicalmente diferente'', escreveu Hugo Young no The Guardian. Uma vitória de Bush, escreveu o comentarista Jonathan Freedland, criaria ''a inevitável percepção de que os dias de glória do centro-esquerdismo acabaram e que o conservadorismo de baixos impostos e governo enxuto está de volta''.

O ''conservadorismo com compaixão'' de Bush dificilmente seria modelo na Europa. ''Qualquer político francês que adotasse tal doutrina seria ridicularizado'', escreveu Andre Fontaine no Le Monde. O importante papel da religião na vida norte-americana também é alvo de riso do lado de lá do oceano. ``De acordo com o número de fiéis e de frequentadores de igreja, os norte-americanos são o povo mais religioso do mundo'', comentou o jornal Tageszeitung, de Berlim. ``Mas, se medidos pelos erros, os norte-americanos são os maiores pecadores do mundo.''

O canal 2 da TV francesa terminou uma reportagem sobre a campanha anunciando ''cenas que vocês jamais veriam na França''. Uma delas mostrou Gore encerrando um discurso dizendo ''Deus abençoe a América''. A outra mostrou Bush dizendo a simpatizantes: ''Deus abençoe todos vocês''.

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