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Candidato moderado ganha sem que violência em Kosovo ceda

Sábado, 04 de novembro de 2000, 11h41min
Moderados de etnia albanesa deram o primeiro passo para estabelecer a democracia em Kosovo, mas o caminho rumo a uma coexistência racial na província ainda tem muitos obstáculos. Na semana passada, as eleições para os conselhos municipais terminaram com a vitória do maior partido kosovar albanês, que derrotou os mais radicais guerrilheiros ligados ao Exército de Libertação de Kosovo (ELK).

Líderes da minoria sérvia e o governo iugoslavo receberam com bons olhos a vitória do líder moderado Ibrahim Rugova, que se comprometeu publicamente a buscar a conciliação e a cooperação com as minorias. Mas sérvios e albaneses continuam a viver em mundos separados em Kosovo, onde tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ainda têm trabalho para evitar enfrentamentos entre as duas etnias.

Desde o fim das 11 semanas de bombardeio da Otan sobre a Iugoslávia, que obrigaram as tropas de Belgrado a sair de Kosovo, em meados de 1999, corre-se risco de vida ao se falar a língua servo-croata em público. Um funcionário da ONU, de nacionalidade búlgara, foi morto a tiros na principal rua de Pristina, no ano passado, quando disse a alguém que horas eram em servo-croata.

Os cerca de 250 sérvios remanescentes em Pristina - cerca de 40 mil deixaram Kosovo ao final da guerra temendo vingança - dependem da presença de tropas britânicas da Otan 24 horas por dia na porta de seu edifício.

Recentemente, um míssil antitanque foi disparado contra o prédio, mas não feriu ninguém. Basta falar com qualquer um dos mais de 1 milhão de kosovares albaneses que foram massacrados e expulsos de suas casas por paramilitares comandados por Belgrado, e a maioria dirá que os sérvios não têm direito a viver entre eles.

"Não há jeito de vivermos juntos com os sérvios novamente em Kosovo após tudo que eles fizeram", disse Hafiz Mustafa, 59, na véspera da eleição na cidade de Racak. Com lágrimas nos olhos, ele exibia a carteira de identidade de um filho morto em um famoso massacre de 40 camponeses na região.

Os albaneses foram eufóricos às urnas em 28 de outubro, pois acreditam se tratar do primeiro passo rumo à inevitável criação de um Estado independente. O mandato da ONU, entretanto, estipula que Kosovo deve gozar apenas de "substancial autonomia".

A votação foi boicotada por cerca de 75 mil sérvios, em um protesto contra o isolamento em que vivem nos "guetos" protegidos pela Otan na Província. Também afirmam que qualquer pleito legítimo teria de reafirmar Kosovo como parte da Sérvia, principal república da Iugoslávia.

Eles esperam que o novo presidente iugoslavo, Vojislav Kostunica, restabeleça o papel do governo central de Belgrado incluindo Kosovo nas eleições sérvias de 23 de dezembro. A decisão sobre o assunto cabe ao administrador da ONU Bernard Kouchner. Caso ele concorde com a entrada da Província na votação, certamente os kosovares albaneses vão boicotá-la e tentar impedi-la com violência. Para eles, apesar de manter o mesmo nome, Kosovo é um novo Estado em todos os sentidos.

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