Eletrocar 2025: eletrificação avança, mas ainda há desafios
Evento em São Paulo reuniu montadoras, fornecedores e público especializado, mas expôs também limites atuais do mercado de elétricos no país
Eletrocar 2025 mostrou avanços da mobilidade elétrica no Brasil, mas destacou os desafios para ampliar o acesso e atrair o público final
A Eletrocar 2025 chegou com a missão ambiciosa de se consolidar como principal evento brasileiro voltado à mobilidade elétrica.
Realizada em junho, em São Paulo, a feira reuniu montadoras, startups, fornecedores e empresas do setor energético em torno de uma pauta cada vez mais urgente: a transição para veículos menos poluentes. No entanto, o evento refletiu não apenas os avanços do setor, mas também suas limitações.
Com presença de marcas como BYD, GWM, Zeekr, Geely, Caoa Chery e Renault, além de fornecedores de infraestrutura como WEG e Tupinambá, a Eletrocar apresentou soluções reais de eletrificação, com destaque para a expansão das redes de recarga, o fortalecimento do modelo B2B e o surgimento de novas tecnologias em baterias e powertrains.
Em termos de produtos, a feira serviu de vitrine para a geração mais recente de carros elétricos acessíveis, como o BYD Dolphin Mini - o carro elétrico mais emplacado do Brasil -, além de reforçar a estratégia das marcas chinesas no país.
Cadê os fãs? Calma, ainda não é assim...
Apesar disso, o público ainda restrito e o foco quase exclusivo no setor empresarial deram à Eletrocar um caráter mais técnico do que popular.
A ausência de algumas marcas relevantes e a dificuldade de tornar o tema atraente para o consumidor médio indicam que a mobilidade elétrica segue sendo, em parte, conversa entre especialistas.
Mesmo assim, a presença de empresas de energia, operadores logísticos e representantes de governos estaduais mostrou que há interesse real na construção de uma infraestrutura mais robusta.
O saldo da Eletrocar é positivo, principalmente como termômetro do mercado: confirmou-se que a eletrificação no Brasil é inevitável, mas exige soluções locais, diálogo entre setores e incentivo público.
A feira não foi um grande espetáculo de lançamentos ou um evento de massas - mas, para os objetivos a que se propôs, entregou o necessário. Consolidar plataforma de debate, negócios e troca de experiências é essencial neste momento de amadurecimento do setor.
Para quem esperava um Salão do Automóvel com foco elétrico, a Eletrocar pode ter frustrado. Mas como ambiente de negócios e ponto de encontro de agentes da transição energética, o evento deu um passo importante - e necessário - para colocar o Brasil na rota global da eletromobilidade.
Abaixo, reunimos os maiores destaques da edição 2025 da feira:
- Infraestrutura de recarga como prioridade estratégica
Empresas como WEG, Tupinambá e Enel X marcaram presença com soluções voltadas à ampliação da rede de carregadores, com destaque para sistemas inteligentes de gerenciamento de energia e projetos voltados ao carregamento em condomínios, frotas corporativas e áreas públicas. A mensagem foi clara: sem recarga confiável e acessível, não há eletrificação em larga escala.
Carros como o BYD Dolphi Mini foram destaques por representar uma nova fase do mercado: modelos elétricos com proposta de preço mais competitivo e foco em público urbano. Mesmo sem debate específico sobre preço, o discurso de que "carro elétrico pode caber no bolso" foi reforçado em várias frentes.
A presença de operadoras de frotas, gestores de logística, empresas de energia e até governos estaduais mostrou que a eletrificação caminha, no Brasil, muito mais rapidamente pelo setor corporativo do que pelo varejo. Veículos comerciais leves, vans, soluções de carregamento para frotas e integração com sistemas de gestão foram discutidos - mostrando que o futuro elétrico pode começar pelas empresas.