Teste: Lifan 530 mira afirmação de marca apesar de descuidos
As montadoras chinesas são responsáveis por uma parcela mínima do mercado brasileiro de carros. Entre elas, a Lifan Motors é a que ocupa a terceira posição em vendas no País, mas o cenário contrário ao seu crescimento não desestimulou a empresa a investir na região e lançar nela, neste ano, seu terceiro modelo automotivo.
O Lifan 530 chega para disputar espaço na categoria dos sedans compactos nas versões de entrada e Talent. A primeira tem o preço sugerido de R$ 38.990,00, enquanto a segunda é vendida a R$ 40.990,00 e traz como principal diferença o sistema multimídia com GPS e câmera de ré. Ambos já estão disponíveis nas cores preta, prata, branca, vermelha e azul nas concessionárias da marca distribuídas pelo Brasil.
O Terra pôde testar a versão talento nesta quinta-feira tanto em uma situação de estrada quanto no trânsito de cidade. Visto de fora, o carro causa uma boa impressão, lembrando o design de marcas asiáticas com traços parecidos com os do desenho antigo da Corolla, da Toyota.
Do lado de dentro, porém, o impacto é o contrário. Apesar da tela LCD de 7 polegadas, o 530 Talent tem um aspecto ultrapassado, com materiais de qualidade discutível que não agradam o olhar.
O volante elétrico é leve e funciona bem, mas é também sensível em excesso, pois os mínimos toques nele alteram sutilmente a direção que o veículo se desloca mesmo sem a vontade do motorista, passando uma leve sensação de instabilidade.
Visualmente, tanto volante quanto freio de mão e câmbio passam a mesma impressão de serem fabricados com materiais baratos, da mesma linha do painel, que é feito de um plástico rugoso, típico de veículos populares da década passada.
Apesar disso, o Lifan 530 é espaçoso para o motorista e os passageiros e tem um assento confortável – ao menos na versão testada, com bancos de couro. Este acessório é parte do “Hyperpack” do modelo Talent, que também inclui faróis diurnos DLR.
O motor respondeu bem nos dois ambientes testados, mostrando força o suficiente na estrada e na cidade. A Lifan Motors propagandeia o carro como econômico, mas não foi possível aferir a autonomia do mesmo no período de testes na região de Campinas, no Estado de São Paulo.
Pecando no acabamento interno, a montadora chinesa pretende atrair consumidores de 20 a 40 anos se baseando em tecnologia e no exterior moderno do 530, visando consolidar sua operação no mercado brasileiro, apesar do número de vendas de carros no País ter diminuído em 2014 em relação a 2013. Não será uma tarefa fácil, pois o que não falta na categoria sedan compacto é a concorrência de montadoras mais estabelecidas no Brasil.
A promessa da Lifan Motors é acabar com o preconceito contra o fato de ser uma marca chinesa que teve avaliação ruim do seu último lançamento, a SUV X60. Na apresentação do 530, a empresa afirmou que não haverá problemas para a troca de peças para os compradores que sofrerem com peças quebradas, uma dor de cabeça frequente daqueles que adquiriram os veículos mais recentes da montadora. Resta esperar para saber se não foram palavras jogadas ao vento.
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