Governo inglês libera R$ 10 bi para ajudar Jaguar Land Rover após ataque hacker
Socorro bilionário tenta minimizar impacto dos ataques cibernéticos que paralisam produção em todas as fábricas da montadora
A Jaguar Land Rover garantiu um empréstimo de 1,5 bilhão de libras (mais de R$ 10 bilhões) com apoio do governo britânico, em uma tentativa de conter os danos de um ataque cibernético que paralisou suas fábricas e desestabilizou toda a cadeia de fornecimento.
A medida foi adotada para conter o colapso produtivo causado pela invasão digital, que derrubou sistemas internos, atrasou pagamentos e deixou diversos fornecedores sem receita, muitos deles já forçados a dispensar parte da equipe temporariamente.
O novo governo, liderado por Keir Starmer, vinha sendo pressionado a agir, sobretudo porque o ataque ocorreu às vésperas da conferência anual do Partido Trabalhista, realizada em Liverpool. A ajuda financeira também possui peso político, já que a JLR emprega diretamente 34 mil pessoas no Reino Unido e sustenta cerca de 120 mil empregos indiretos no setor automotivo.
"A garantia desse empréstimo é fundamental para sustentar a cadeia de fornecimento e proteger empregos qualificados em regiões como West Midlands e Merseyside", destacou o Secretário de Negócios, Peter Kyle, que nesta semana visitou a sede da Jaguar Land Rover e a fornecedora Webasto, uma das mais prejudicadas pela paralisação da produção.
Parte dos sistemas afetados já voltou a funcionar
Segundo a JLR, parte dos sistemas já foi restabelecida e o foco agora está em quitar faturas acumuladas com fornecedores, normalizar o envio de peças às concessionárias e acelerar tanto as vendas quanto o registro de veículos.
A expectativa da empresa é retomar gradualmente a produção a partir de 1º de outubro, mas reconhece que a recuperação total dos níveis normais de operação levará algum tempo. Embora a origem do ataque não tenha sido oficialmente confirmada, o episódio expôs a fragilidade digital da indústria automotiva e evidenciou a forte dependência de sistemas interconectados globalmente.
Com fábricas paralisadas em diferentes países e impactos financeiros severos para os fornecedores, a crise rapidamente ganhou proporções industriais, levando o governo a intervir diretamente.
Enquanto tenta reorganizar suas operações, a JLR enfrenta o desafio de recuperar a confiança da cadeia de suprimentos e restabelecer estabilidade em seu ritmo produtivo. Para Londres, o aporte bilionário tem também caráter estratégico: mais do que evitar o colapso da principal montadora do país, representa uma medida de soberania econômica, por exemplo.
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