'Twisted Metal' volta aos games mais realista e com ação eletrizante
- David Shalom
- Direto de São Paulo
Um assassino serial, um dublê com muita raiva e uma ex-modelo vingativa disposta a tudo após perder a beleza em um acidente. São esses os três personagens que compõem o amalucado elenco da primeira versão para PS3 da franquia Twisted Metal, cujo lançamento no Brasil sofreu seguidos atrasos devido a polêmicas relacionadas à classificação indicativa, consequência do alto grau de violência contido no jogo. A previsão da Sony é que ele chegue às lojas na primeira quinzena de junho.
Para quem conhece o título, lançado originalmente em 1995 para Playstation, nada de muito novo. Twisted Metal trata mais uma vez da competição criada pelo misterioso e sádico magnata Calypso, que coloca uma série de pilotos para disputar um torneio até a morte, dividido em diversas batalhas realizadas em sombrios e variados cenários. Cidades pacatas, metrópoles caóticas e estádios construídos especialmente para as disputas são alguns deles, todos caracterizados pela beleza gráfica do jogo, com enorme riqueza de detalhes que fornecem bastante realismo à ação.
A campanha principal é iniciada com o maléfico Sweet Tooth, um homem que, no passado, chegou a ser um sujeito pacato - até enlouquecer e matar toda a sua família, com exceção da filha Sophie, que foge. Contada rapidamente, a história, feita com um misto de imagens de computador com filmagens de atores reais, mostra como o desejo assassino do personagem o leva a entrar no concurso com seu já famoso furgão de sorvete para finalmente encontrá-la.
Depois de passar pelo primeiro chefe, o que só ocorre após a conquista de todas as provas, o jogador conhece outro enredo, o do motoqueiro Mr. Grimm - e o mesmo ocorre posteriormente, quando Dollface se torna a última desafiante do concurso. Todos os personagens já figuravam nas versões anteriores da franquia, com a diferença de que, agora, eles se tornaram seus únicos protagonistas.
Imergindo na loucura
Se o enredo de Twisted Metal não traz nada de especial por ser raso, apenas para preencher a necessidade de alguma história, o jogo passa longe disso. Assim como nas versões anteriores, o tão aguardado produto para PS3 possuí ação eletrizante, feita para dar ao usuário o máximo de sensação de imersão possível. Desta vez, no entanto, essa característica é elevada ao quadrado.
Ao início de cada batalha, o jogador tem a opção de escolher três veículos para a ação - independente do fato de estar com um competidor específico -, já que, na nova versão, os pilotos não são atrelados a apenas um automóvel. Assim, Sweet Tooth pode ir às ruas com seu furgão de sorvete - que tem a habilidade de se transformar em um gigantesco robô, técnica originalmente introduzida em Twisted Metal: Black, de 2001 -, mas também pode optar por outros automóveis, mesmo que estes sejam de outros personagens.
As opções não são muitas, mas suficientes pela grande variedade de qualidades contidas em cada uma. Para momentos com necessidade de maior velocidade, como nas fases em que o jogador precisa chegar rapidamente a algum lugar por risco de vida, Death Warrant (uma espécie de Mustang), o esportivo Kamikaze e a motocicleta Reaper são ótimas escolhas; em outras, de combate mais direto, pode-se escolher entre a caminhonete policial Outlaw, o carro funerário Hearse e até um helicóptero. À medida em que o usuário vai superando os diferentes estágios, novos veículos são destravados para serem usados nas fases seguintes, com níveis de dificuldade em padrão crescente.
Mas o que mais chama a atenção em Twisted, além de seus belos gráficos, é a própria ação na qual se desenrola a competição. Com um vasto arsenal de armas fixas e outras dispostas nas pistas do torneio, a munição do jogador nunca acaba - assim como a de seus inimigos. Ficar parado, procurando armar alguma estratégia, não é uma opção.
Os tiros, as batidas, a paralização dos carros por eletricidade, reforçados pelos constantes efeitos do DualShock, não deixam o jogador respirar. Basta terminar o vídeo introdutório de cada prova que os ataques já começam - assim como os estragos no veículo -, sem sequer fornecer tempo para pegar o jeito nos controles, um tanto complicados, mas que, com um pouco de prática, logo são dominados pelo jogador.
Para evitar a morte precoce, que, dependendo do número e da potência dos tiros adversários, pode ocorrer em alguns segundos, o usuário pode buscar ajuda hospitalar, disposta na pista com o símbolo de cruz, ou achar uma garagem - na qual pode trocar de veículo e, de quebra, recompor os danos do usado.
O fato de não ter exatamente uma história linear também dá vantagens ao jogo. Com combates curtos, com a única necessidade de eliminar os adversários antes que eles o façam com o gamer, o usuário pode ir jogando a conta-gotas, um pouco de cada vez. A campanha, no entanto, é curta e pode ser terminada por um jogador mais hard-core em algumas horas.
Escolhida a dedo, a trilha-sonora, composta por canções pesadas de grupos como Judas Priest, Sepultura, Rob Zombie, Iggy Pop e Sammy Hagar, só ajuda a aumentar a intensidade das partidas.
Multiplayer
Além da campanha principal e das opções de treinamento e desafios, o jogador pode também optar pelo modo multiplayer e online, os grandes trunfos do jogo, nos quais é possível disputar com até 16 jogadores simultaneamente.
O já conhecido desafio Last Man Stand (último homem em pé), por exemplo, obriga as equipes a se enfrentarem, dando a vitória à última restante na arena. O inédito modo Duke, por sua vez, opõe duas facções, cada qual responsável por uma grande estátua de metal mantida no ar por um helicóptero, que deve ser destruída pela gangue adversária. Para isso, é necessário capturar o líder inimigo e transformá-lo em munição de míssil, o que dará à arma potência suficiente para acabar com o objeto.