Silent Hill: Entenda a cronologia da franquia de terror
Novo capítulo da série, Silent Hill f, chega agora no final de setembro
Poucas séries conseguiram marcar tanto o gênero de survival horror quanto Silent Hill. Com sua névoa sufocante, cenários perturbadores e monstros que parecem brotar dos traumas mais profundos, a franquia se tornou referência quando o assunto é terror psicológico e narrativas densas. Cada título trouxe sua própria camada de mistério, ampliando a mitologia da cidade amaldiçoada e conquistando gerações de jogadores.
Para quem deseja compreender melhor essa jornada, é essencial conhecer a ordem dos acontecimentos dentro do universo da série. A seguir, você confere a cronologia oficial dos principais jogos de Silent Hill, organizada de acordo com a linha temporal interna da história — e não pela ordem em que foram lançados - até o seu mais recente lançamento, o aguardado Silent Hill f.
Silent Hill: Origins
Em 2007, o portátil PSP recebeu Silent Hill: Origins, um capítulo ambientado nos anos 1970 para mostrar as raízes da maldição da cidade. O protagonista é Travis Grady, um caminhoneiro comum que, ao resgatar a jovem Alessa Gillespie de um incêndio, acaba envolvido nos rituais da Ordem, o culto religioso responsável por muitos dos horrores da série.
Ao longo da jornada, Travis descobre que seu destino está mais ligado a Silent Hill do que poderia imaginar, revelando segredos obscuros de seu passado enquanto desencadeia os eventos que levariam à história do primeiro jogo. Por muito tempo, essa trama foi considerada o ponto inicial da mitologia da franquia — até a introdução de Silent Hill f, que redefine as origens em uma nova direção (e que falaremos mais adiante).
Silent Hill
Lançado em 1999, o primeiro Silent Hill apresentou ao mundo a cidade envolta em névoa e mistério. A trama acompanha Harry Mason, um escritor que, após um acidente de carro, percebe o desaparecimento de sua filha adotiva, Cheryl, e inicia uma busca desesperada pelas ruas desertas e cheias de horrores.
No decorrer da jornada, Harry descobre os segredos da Ordem, o culto religioso que manipula os eventos da cidade, e se depara com a chocante verdade de que Cheryl carrega dentro de si uma parte da alma de Alessa Gillespie. Esse jogo não apenas deu início à franquia, mas também consolidou Silent Hill como um lugar onde os medos e traumas humanos ganham forma e se tornam monstros reais.
Silent Hill 3
Silent Hill 3, lançado em 2003, retoma diretamente os acontecimentos do primeiro jogo. A protagonista é Heather Mason, filha adotiva de Harry, que passa a sofrer com estranhas visões e pesadelos que a conectam inevitavelmente à cidade envolta em névoa.
A trama se passa aproximadamente 17 anos após os eventos originais e gira em torno dos planos da Ordem para trazer de volta a entidade ligada a Alessa Gillespie. Com isso, o jogo não apenas continua a história, mas também conclui o arco iniciado no Silent Hill de 1999, amarrando de vez os segredos por trás da cidade e do culto.
Silent Hill 2
Lançado em 2001, Silent Hill 2 rapidamente se consagrou como o capítulo mais aclamado da franquia, recebendo inclusive um remake em 2024 que manteve o seu alto prestígio entre crítica e público. A história acompanha James Sunderland, um homem aparentemente comum que é atraído para a cidade após receber uma carta enigmática de sua esposa Mary, já falecida.
Embora seja o segundo título da série, sua trama é independente e se concentra em temas profundamente humanos como luto, culpa e repressão psicológica. Foi aqui que surgiu o temível Pyramid Head, criatura que se tornaria um dos símbolos mais reconhecidos dos videogames. A narrativa se passa alguns anos após os eventos de Silent Hill 3, mas não mantém ligação direta com a mitologia da Ordem, funcionando como um estudo isolado sobre os horrores da mente.
Silent Hill 4
Em 2004, a franquia ganhou um capítulo bastante peculiar com Silent Hill 4: The Room. O protagonista é Henry Townshend, que inexplicavelmente se vê aprisionado em seu próprio apartamento, sem conseguir sair. O local, porém, revela passagens estranhas que o conectam a Silent Hill e a eventos perturbadores que transcendem a realidade cotidiana.
No decorrer da trama, Henry se depara com a sombria história de Walter Sullivan, serial killer com vínculos ao culto da cidade e que já havia sido citado de forma enigmática em Silent Hill 2. Apostando em uma atmosfera claustrofóbica e na sensação de confinamento, o jogo se distanciou da fórmula tradicional da série — uma ousadia que acabou gerando opiniões divididas entre os fãs.
Silent Hill f
Silent Hill f, com lançamento previsto para 25 de setembro de 2025, marca um novo capítulo na franquia ao transportar a série para um cenário inédito. Desta vez, a trama se desenrola na década de 1960, na cidade fictícia japonesa de Ebisugaoka, estabelecendo um novo ponto de origem para o universo de Silent Hill.
A história acompanha Hinako Shimizu, uma estudante do ensino médio cuja rotina é completamente transformada quando uma densa e enigmática névoa envolve a cidade. Entre criaturas grotescas e segredos ocultos, Hinako precisa encarar os horrores que surgem diante dela, explorando uma narrativa que mistura mistério, medo e simbolismo cultural.
Outros títulos
Silent Hill: Homecoming
Em 2008, a franquia ganhou Silent Hill: Homecoming, título que se passa depois dos eventos centrais da série, mas sem vínculos profundos com a trama original. O jogador assume o papel de Alex Shepherd, um soldado que retorna da guerra apenas para encontrar sua cidade natal, Shepherd’s Glen, tomada por mistérios e marcada pelo desaparecimento de seu irmão mais novo.
O jogo buscou explorar temas de trauma familiar e culpa, ao mesmo tempo em que manteve a atmosfera perturbadora típica da série. No entanto, apesar de trazer novas ideias e uma pegada mais voltada à ação, sua recepção acabou dividida, com críticas que variaram bastante entre público e imprensa.
Silent Hill: Downpour
Silent Hill: Downpour, lançado em 2012, segue a linha dos títulos posteriores da franquia, trazendo apenas referências sutis aos acontecimentos anteriores. O enredo coloca o jogador no papel de Murphy Pendleton, um prisioneiro que, após um acidente durante seu transporte, encontra-se perdido em Silent Hill.
A cidade, como de costume, atua como um espelho cruel, forçando Murphy a encarar seus pecados, traumas e dilemas morais. Com um tom mais próximo do terror psicológico clássico, o jogo resgatou parte da essência que consagrou a série, resultando em uma recepção mais calorosa por parte dos fãs em comparação a capítulos anteriores, como Silent Hill 4 e Homecoming.
Silent Hill: Shattered Memories
E por fim temos Silent Hill: Shattered Memories, lançado em 2009 e que trouxe uma proposta ousada: reimaginar o clássico de 1999 sob uma nova perspectiva. Embora mantenha a premissa central — Harry Mason em busca da filha desaparecida em Silent Hill —, o jogo acontece em um universo alternativo, com mudanças significativas na trama, nos personagens e até na forma de interagir com o terror.
Mais curto que os títulos tradicionais da série, acabou se destacando justamente por sua originalidade: apresentou uma narrativa psicológica com reviravoltas marcantes, uma atmosfera gelada em vez do Outro Mundo de ferrugem e sangue, e mecânicas inovadoras que adaptavam a experiência conforme as escolhas do jogador.
