Jogamos: Towerborne aposta em combate cooperativo com potencial
Novo projeto da Stoic foge do estilo tradicional do estúdio e entrega uma base sólida para o futuro
Towerborne é o novo projeto da Stoic, estúdio responsável pela trilogia The Banner Saga, e marca uma mudança drástica na proposta da desenvolvedora. Ao invés de seguir no caminho dos RPGs táticos, o jogo aposta em um formato cooperativo online com combate lateral e progressão por loot, voltado para sessões rápidas e desafios em grupo.
Para um estúdio sair da zona de conforto e criar algo novo, ainda mais focado no online, é quase um atestado de que vai dar errado — mas, com a prévia recém-lançada, o resultado foi mais do que positivo.
Uma jornada solo ou em grupo lhe aguarda
Por ser um título em acesso antecipado, é notável que a história serve apenas como pano de fundo para futuras atualizações. A cena inicial conta que aquele universo viveu anos de paz e que uma cidade chamada Numerópolis era o farol para todos, até cair em ruínas. O último bastião após a destruição é o Campanário, uma imensa cidade vertical.
Nosso protagonista é um Ás, nome dado aos defensores do Campanário. Após ser retirado da Maré, uma espécie de portal para outra realidade, por Paloma, a líder da região, descobrimos que quem é resgatado desse portal são pessoas que pereceram quando Numerópolis explodiu. Essas pessoas retornam pela força de sua própria vontade e, ao voltarem, tornam-se Ases.
Mesmo funcionando apenas como apoio ao conteúdo online, é até interessante o trabalho que a Stoic fez para a história. Os personagens chamam atenção, especialmente no visual. Os cenários vistos ao longo das fases também são belos e bem variados. O mundo em si tem potencial. Agora resta esperar para ver o que as próximas atualizações trarão de conteúdo para esse universo.
Um mundo com potencial e visual marcante
Antes de fato iniciarmos o jogo, somos apresentados à tela de customização, que está bastante robusta. É possível selecionar até oito tipos de vozes, uma extensa lista de cores de pele e dezenas de opções para barba, cabelos, nariz e orelhas. É possível até mesmo deixar seu personagem com um visual bastante cartoonizado, como se tivesse saído diretamente das páginas de quadrinhos, graças às pinturas faciais disponíveis. Um ponto positivo é que é possível alterar o visual sempre que quiser, sem precisar gastar nada.
Após criar nosso personagem, somos levados para um breve tutorial com explicações gerais da história. As missões e fases são bem simples, para falar a verdade. A maioria delas gira em torno de derrotar inimigos e destruir seus ninhos. Durante essas fases, é possível encontrar santuários de recuperação, que além de restaurarem toda a nossa vida, também reabastecem os frascos que carregamos, não apenas para nós, mas para toda a equipe.
Quando concluímos o tutorial, somos introduzidos ao hub, que contém diversos personagens e outros jogadores. Nesse local, conversamos com NPCs, aceitamos missões e encontramos uma forja para melhorar e desmontar equipamentos. O que mais gostei nesse hub é que é bem fácil se localizar, e a possibilidade de interagir com outros jogadores para montar grupos é uma boa adição. A trilha sonora que toca no local também encanta, com uma melodia melancólica ao som de piano.
Nesse hub temos acesso ao mapa do mundo, o que nos dá uma noção do tamanho da região disponível nesta prévia. Boa parte das missões só pode ser concluída uma única vez, e ao completá-las, somos recompensados com baús contendo equipamentos e itens aleatórios. Mas também existem as chamadas missões de aventura, que podem ser concluídas várias vezes e são ótimas para farmar armaduras e armas. Essas missões podem ser jogadas solo ou em grupo.
O combate em si se assemelha bastante a jogos no estilo beat 'em up, com sequências de luta em plano horizontal e vertical. A jogabilidade durante as batalhas é bastante boa e divertida. Nosso personagem, até o momento, possui quatro classes. Uma delas é o Sentinela, que segue o estilo tradicional com uso de espadas e escudos. Mas, para mim, o mais divertido foi o Quebra-Pedras, em que utilizamos duas manoplas e partimos para o combate corpo a corpo com os inimigos.
Os adversários mais comuns são os Gobos, que lembram uma mistura de goblins com lagartos. Eles apresentam uma boa variedade, indo além de simples mudanças na paleta de cores. Alguns possuem caudas com espinhos, outros utilizam lanças, escudos ou até bombas, e há ainda os Gobos que são visivelmente maiores que os demais. Esses inimigos, além da barra de vida, vão mudando gradualmente de cor conforme tomam dano, o que indica que estão prestes a ser derrotados.
Durante a prévia tive nenhum problema de desempenho, e graficamente o título é bastante bonito. O que acabou gerando transtornos foram questões de conexão. Após completar algumas missões, fui desconectado do jogo e retornado ao menu principal. Por sorte, nada foi perdido, mas essas pausas bruscas precisam ser resolvidas pela desenvolvedora, ainda mais por se tratar de um título totalmente online.
Considerações
Mesmo em acesso antecipado, Towerborne já demonstra personalidade com sua proposta cooperativa, sistema de combate bem ajustado e um mundo visualmente cativante. As classes são variadas, os inimigos têm um bom design e o ritmo das missões funciona bem tanto solo quanto em grupo. Ainda há pontos a melhorar, como as instabilidades de conexão e a repetição de objetivos, mas a base é promissora. A Stoic acerta ao sair da zona de conforto e criar algo diferente, que pode crescer bastante com as próximas atualizações.