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Lipsync Killers: o Mortal Kombat das gay

Jogo mobile mistura ritmo, lutas e drags em performances incríveis

15 jun 2022 - 16h05
(atualizado às 16h10)
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Lipsync Killers é um jogo mobile de ritmo mergulhado na cultura drag
Lipsync Killers é um jogo mobile de ritmo mergulhado na cultura drag
Foto: Lipsync Killers / Divulgação

O que acontece se uma criança fissurada por Street Fighter e Mortal Kombat cresce e vira um designer e desenvolvedor fissurado por Ru Paul’s Drag Race? Lipsync Killers é o resultado dessa pergunta, afinal, o que é melhor pra um fatality foda e babadeiro que uma jogada de peruca ou um espacate, certo?

Pelo menos é o que o criador do jogo, Renan Riso, acha. Lipsync Killers é um jogo mobile de ritmo baseado em um dos maiores desafios da cultura drag: a batalha de lipsync.

“A cultura pop no brasil é drag. O que temos hoje? Gloria Groove, Pabllo, a Aretuza também. O programa Queen Stars e o desenho Super Drags. Muito da nossa cultura pop tá se fortalecendo por conta de personalidades drag. A partir do momento que a gente tá na cultura pop, na música, nos desenhos, nos festivais, porque não estar nos jogos também?”, disse o desenvolvedor no último episódio do podcast.

A ideia surgiu durante um período em que Renan estava estudando desenvolvimento de jogos e precisava de um projeto para o término do curso. Vendo Ru Pauls e torcendo pra sua drag favorita não ser eliminada do programa, o designer imaginou aquelas batalhas como cenário perfeito pra uma mistura de jogo de luta com ritmo e espetáculos visuais. "Eu comecei a brincar com um amigo que isso poderia ser o Mortal Kombat das gays”, disse o desenvolvedor.

O jogo recebeu uma primeira demo um tanto quanto confusa para os mobile. Os controles não ficaram muito claros e faltou o espetáculo visual na tela. Com esses e outros feedbacks recebidos durante a fase de testes e a campanha não sucedida de financiamento coletivo, Renan colocou Lipsync em uma baita reformulação. O novo projeto busca ser mais parecido com OSU, aproveitando o maior dinamismo dos mobiles e liberando a tela para conseguirmos ver melhor as personagens e suas performances poderosas.

“Eu quero e imagino o Lipsync como o League of Legends do momento, funcionando com muitos eventos, muita coisa acontecendo dentro do jogo. Trazendo artista, fazendo lançamento exclusivo. Eu penso muito grande mesmo. E a partir do momento que o Lipsync esteja se pagando, minha ideia é criar um ecossistema pra trazer outras pessoas pra contarem suas histórias. Quero que sejam jogos que tragam mais da nossa cultura e que saiam dessa narrativa de sofrimento”, completou.

Da tentativa de financiamento coletivo também ficou o contato com diversos artistas brasileiros independentes e ícones a closeira de tcheca, Danny Bond. Atualmente, o jogo tem três músicas autorais feitas pelo projeto Purpurina, da Universidade Federal de Santa Catarina, e três músicas pop compradas em banco de trilha.

“Jogo de futebol é muito cultura hetero, mas ser hetero não dita o que é o jogo. Quero que o Lipsync seja isso. Ele faz parte da nossa cultura, mas não é a única coisa do jogo”, comparou Renan.

A ideia é ser um jogo hipercasual com fases curtas, coleta de itens e customização com skins e movimentos novos pra sua guerreira drag - com um modo história e pvp em um futuro próximo. Já são cinco personagens criadas e duas implementadas, além de uma nova demo programada para o fim de 2022.

Depois de passar por empresas de aviação e muito design de convite de casamento, Renan passou para o desenvolvimento de jogos buscando deixar pra trás a frustração com sua área. O Lipsync Killers é sua tentativa de criar uma base para que proliferem cada vez mais jogos protagonizados por LGBTQIA+, tanto na história quanto no desenvolvimento. Então mal posso esperar pra que esse Gaytar Hero colha seus frutos.

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