Vladimir Kramnik é investigado por bullying e assédio após morte de prodígio do xadrez; entenda
Presidente da Fide (Federação Internacional de Xadrez) condenou as ações do grão-mestre russo e esclareceu que sanções serão determinadas pelo comitê de ética
O ex-campeão mundial e grão-mestre de xadrez, Vladimir Kramnik, está sob investigação por bullying e assédio após acusar Daniel Naroditsky de trapaça. A informação foi oficializada pela Federação Internacional de Xadrez (Fide) nesta sexta-feira, 24.
O caso movimentou o universo da modalidade na última semana depois da morte repentina de Naroditsky ser anunciada na segunda-feira, dia 20. Antes de falecer o prodígio norte-americano já havia negado todas as acusações.
"Nossa comissão de fair play está analisando o caso. E eu, pessoalmente, e nosso conselho de administração, decidimos passar o caso para nossa comissão de ética para uma investigação independente. Acreditamos que qualquer tipo de bullying ou assédio é intolerável em qualquer atividade da vida — no esporte, no xadrez em particular", declarou Arkady Dvorkovich, presidente da Fide, em entrevista ao programa The Lead da CNN.
Dvorkovich esclareceu que "qualquer tipo de sanção" é possível para o acusador, mas que a decisão final cabe à comissão de ética.
"A comunidade do xadrez sempre respeitou as conquistas do GM Vladimir Kramnik, e suas contribuições para nosso esporte são inegáveis. No entanto, os altos padrões que acompanham grandes conquistas também conferem a responsabilidade de manter os princípios de justiça e respeito ao ser embaixador do esporte", continuou o dirigente em comunicado oficial.
As primeiras denúncias do ex-campeão russo surgiram em outubro do ano passado. Porém, em nenhum momento evidências substanciais foram apresentadas junto ao caso.
Desde a morte de Naroditsky, outras personalidades emblemáticas do xadrez saíram em sua defesa afirmando que a conduta de Kramnik foi responsável por gerar uma "imensa pressão" no atleta norte-americano.
Em seu perfil no X - antigo Twitter -, Vladimir escreveu que espera que "a verdade sobre as circunstâncias e a causa desta tragédia (a morte de Daniel) sejam reveladas, apesar das tentativas de escondê-la".
Ele ainda afirmou em entrevista ao canal russo Match TV que a investigação promovida pela Fide é "insultante, injusta e inaceitável tanto do ponto de vista moral quanto legal".