'Minha vida inteira foi filmada': quem é Isabelle Nalu, surfista que cresceu no mar e disputa a WSL

Muito antes de se tornar uma surfista profissional, a prancha já fazia parte da vida de Isabelle Nalu. Filha do surfista Everaldo Pato e da cinegrafista Fabiana Nigol, ela protagonizou a série Nalu pelo Mundo, em que a família viajava por diversos países em busca de ondas perfeitas e cenários paradisíacos. O primeiro episódio da atração exibida pelo Multishow e, mais tarde, pelo canal OFF, foi ao ar quando Isabelle tinha apenas dois anos.

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"A minha vida inteira foi filmada. Eu não lembro como era antes de ter o programa. É legal porque se eu quiser consigo ver toda a minha infância", disse Bela Nalu, como também é conhecida, em conversa com o Terra na etapa do Qualifying Series (QS), da World Surf League (WSL), em Guarapari (ES). Com tantas memórias marcantes por um estilo de vida atípico para uma criança, Nalu acumulou uma extensa bagagem cultural e faz questão de guardar com carinho as vivências da época do programa. 

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"A Indonésia é o lugar para mim. Vou sempre, desde muito pequena. Já vivi muitas histórias, um lugar com uma energia forte. A gente fez uma temporada de barco que eu lembro como se fosse ontem. Pescava com o meu pai e a gente também surfava", contou. 

Embora pareça natural a predileção pelo surfe, a jovem conta que demorou a tomar gosto pela modalidade. "Comecei um pouco tarde, aos onze anos que comecei a gostar mesmo. Aí fui indo. As viagens com o meu pai ajudaram, fomos para muitas ondas boas. Isso me ajudou a aprimorar meu surfe". O incentivo do pai, Everaldo Pato, para o esporte, além de aprendizado, traz também o peso da responsabilidade. "Graças a ele que estou aqui hoje. Ele me ajudou a surfar ondas maiores, algo que gosto bastante. Ele é um pouco duro, mas me ajudou muito a chegar onde estou. Tenho muita gratidão."

Bela Nalu anotou 8,47 pontos no round de 16 feminino e classificou-se neste sábado, 22, para as quartas de final do QS disputado na Praia de Ulé. O título do torneio segue como uma meta a ser alcançada, mas dessa vez distante dos pais, já que a atleta viajou para o Espírito Santo com a família de uma amiga. "Espero chegar à final, além do corpo e do físico é preciso estar bem também na parte mental. Estou me sentindo bem neste campeonato, minha família está me apoiando de longe."

Apesar de o surfe profissional ser o compromisso diário da jovem de 18 anos, a pureza da menina que rodou o mundo em um barco ainda acompanha Isabelle. "Sinto saudade da minha infância, viajava e não pensava em nada. Comia o que eu queria (risos). Hoje em dia são muitas responsabilidades pela vida de atleta. Queria muito fazer uma viagem de barco e ficar uns dois meses só viajando e surfando."