Modesto apazigua clima no Santos e brinca: só não terá porre
A entrevista agendada para explicar a transição de gestão do Santos ficou marcada pela cordialidade entre o novo presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, eleito neste sábado, com 1.321 votos (25,7%), com o seu antecessor, Odílio Rodrigues. Durante pouco mais de 30 minutos, os rivais políticos fizeram questão de evitarem provocações mútuas, trocaram uma série de elogios e ensaiaram, até mesmo, continuarem aliados após a transição. O único não poupado foi o ex-presidente Luis Álvaro Ribeiro, alvo de ironia com relação ao "porre" sugerido a Odílio após deixar o cargo.
"Vamos analisar as propostas, os que estão para sair, negociar algumas coisas. Uma hora foi pouco, eu e o Odílio precisaríamos conversar uns três, quatro dias, 1000 dias, e vamos manter o diálogo porque acima do fato de eu ter sido oposição, de ter discordado de coisas, somos santistas e queremos o bem do clube. Vamos conversar, e conversar muito. O Odílio me falou que quer vir assistir os jogos juntos, comentar e cornetar. Só não vamos tomar um porre porque eu e o Odílio não bebemos. Mas vamos manter a relação de cordialidade que sempre tivemos", disse Roma.
Odílio já havia negado uma possível reconciliação com Laor, a quem desmentiu a chance de "tomar um porre" e as declarações de que teve uma "conversa boa" para que cada um possa "chorar no ombro do outro".
Modesto abriu o seu discurso dizendo que assumir o Santos "nunca será uma tarefa fácil" e que, momentaneamente, a única coisa que pode pometer é que "dará o melhor". Posteriormente, brincou com uma falha técnica em um dos microfones, arrancado risadas dos presentes: "esses ainda são da equipe do Odílio, não são meus, não".
"Estamos aqui com a missão de dirigir o Santos po três anos, com todos aqueles nos apoiam, faendo o nosso melhor. Tenho certeza que o Odílio fez isso nesses anos que aqui esteve. Conheci dentro do Santos o seu pai, assim como ele conheceu o meu. O mais importante é que o Santos continua com a sua tradição", disse.
O novo mandatário adiantou que será empossado no próximo dia 22, em reunião do Conselho Deliberativo do clube, e que no período todas as frentes que assumirão o clube estarão conversando com as que já estão.
"Agora as coisas começam a se pormenorizar, os detalhes são contados, a nossa conversa agora foi mais de linhas gerais, metas e rumos. Precisamos interromper agora para atendê-los", afirmou.
Durante o encontro, Modesto evitou perguntas possibilidades específicas: de trazer alguns nomes ou de como se dará o processo de manutenção do técnico Enderson Moreira. Ele ainda disse que tomará maior conhecimento, mas não irá desfazer nenhum acordo feito "em prol do Santos", se referindo a possíveis acordos diviulgadas pela antiga situação política do clube, o primeiro envolvendo a permuta para um novo CT para as categorias de base e outro sobre um acordo para renovar com a Huawei, patrocinadora master.
"Respeitamos todo o trabalho feito com erros em acertos, mas em prol do Santos. Tanto o contrato com a empresa de tecnologia e o da possível permuta foi conversado em linhas gerais. O da permuta ainda precisará ser aprovado pelo Conselho".
Apesar de fugir, o Santos espera anunciar a contratação do ex-volante César Sampaio para o cargo de gerente de futebol. Sampaio foi revelado pelo clube na metade de década de 80 e conduziu neste ano o Joinville ao inédito título da Série B do Campeonato Brasileiro.
Além da reforma administrativa, que passará pelos funcionários dos departamentos terceirizados até os que tem algum tipo de ligação com a antiga gestão, o departamento futebol ganhará muitas novidades. A começar pela formação do novo Comitê Gestor, que tem todos os nomes indicados pela nova administração. Já a comissão técnica fixa já tem especuladas as vindas do preparador físico Carlito Macêdo e do fisioterapeuta Luiz Rosan, ex-Seleção Brasileira e que atualmente trabalha com o técnico Cuca no futebol chinês.