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Em crise, Santos deixa base e recorre a geração envelhecida

14 jan 2015 - 07h44
(atualizado às 08h33)
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Robinho tem como missão liderar novamente a geração de 2003
Robinho tem como missão liderar novamente a geração de 2003
Foto: Divulgação Santos FC

O Santos resolveu recorrer a uma antiga receita de sucesso em meio à pior crise financeira de sua história recente, marcada por uma série de salários atrasados e agravada pelas recentes ações trabalhistas de quatro atletas importantes.

A salvação inicial para a dificuldade, no entanto, surge pela primeira vez em muito tempo longe das categorias de base, que vem de fracasso histórico na Copa São Paulo, e passa pela aposta nos pilares da geração que alavancou o clube após o jejum de 18 anos sem títulos expressivos.

As contratações de Ricardo Oliveira e Elano, além da renovação contratual de Renato e a permanência de Robinho, consolidam a remontagem da base do time de 2003, vice-campeão brasileiro e da Copa Libertadores da América, há 12 anos.

Oliveira e Elano chegam como apostas. A dupla assinará nos próximos dias um contrato de risco: com ganhos mais baixos e somente até o fim do Campeonato Paulista, mas com opção de renovação já acordada. O retorno é cercado por dúvidas.

O primeiro estava fora do Pais desde 2003, quando foi negociado com o futebol espanhol, e desperta dúvidas, principalmente, pelo histórico de lesões na carreira. No período, retornou duas vezes para rápidas passagens pelo São Paulo, em 2006 e 2010, e estava há cinco anos Emirados Árabes.

Elano, por sua vez, acertou a sua volta pouco mais de dois anos após a sua conturbada saída, no segundo semestre de 2012. O jogador deixou o clube em rota de colisão com a antiga diretoria, encabeçada pelo então presidente Luis Álvaro Ribeiro, e incomodado com as críticas devido a sua queda de rendimento. O atleta, inclusive, amargou por longo período a reserva com Muricy Ramalho.

De férias no Guarujá, manifestou publicamente o desejo de retornar após o fim do contrato com o Chennaiyin, da Índia. Com 33 anos, desperta desconfiança pelo histórico de dispensas recentes de Grêmio e Flamengo.

Renato, aos 35 anos, retornou na última temporada, com um contrato até dezembro. Fez somente dez partidas, tratou por longo período de uma pubalgia e não deu nem mostras do volante que foi até 2004, quando rumou para o Sevilla, da Espanha. Mesmo assim, ganhou a renovação até dezembro e pode ter espaço em 2015 já que o Santos deve perder Alison e Arouca na posição e devolveu Souza ao Cruzeiro.

Robinho era a principal dúvida da nova diretoria. O presidente Modesto, no entanto, demonstrou otimismo sobre a permanência do jogador até 2016 após uma reunião com a advogada e representante do camisa 7, Marisa Alija Ramos, na última quarta-feira. Emprestado pelo Milan, o temor é de que deixasse o clube em caso de proposta aceita pelo clube italiano. Os principais interessados são os clubes norte-americanos e do Oriente Médio

Mesmo aos 30 anos, o jogador foi em seu retorno um dos principais nomes da equipe, marcando nove gols em 21 jogos, melhor média entre os atacantes: 0,42 por partida. Gabriel, que foi o artilheiro da temporada, com 21 gols, tem média de 0,38.

Nova liderança nos bastidores

Se os torcedores esperam em campo pela difícil missão de repetição de sucesso do quarteto, fora dele os jogadores devem encabeçar a nova liderança do elenco, que hoje passa pelo zagueiro Edu Dracena e o goleiro Aranha, com grandes chances de deixarem o clube.

Os quatro terão como missão assumirem a responsabilidade no ápice da crise financeira e, principalmente, apoiarem os jovens mais promissores, como os atacantes Geuvânio e Gabriel Barbosa.

Base em baixa

Se começou o último ano com mais de metade do elenco de jogadores revelados no clube, embalados pela promoção de todo o time que conseguiu o bicampeonato da Copa São Paulo, neste ano será diferente. A começar por quem já saiu.

<p>Santos desapontou na Copinha e caiu já na primeira fase</p>
Santos desapontou na Copinha e caiu já na primeira fase
Foto: Agif / Gazeta Press

Principal nome na conquista da Copinha de 2013, Giva deixou o clube em baixa, após período de afastamento pela não renovação de contrato, e foi para o Coritiba sem custos. O técnico Enderson Moreira não deve utilizar boa parte de outros campeões como os meias Léo Cittadini, emprestado a Ponte Preta no último ano, e Pedro Castro, emprestado ao Santa Cruz.

O clube ainda perdeu outros nomes menos conhecidos como os dos atacantes Jorge Eduardo, Tiago Alves e Dimba, além do zagueiro Vinicius Simon. As principais saídas, no entanto, foram dos atacantes apontados na base como possíveis sucessores de Neymar e Robinho: Victor Andrade, que foi para o Benfica, e Neilton, para o Cruzeiro, sem gerarem lucro.

Nos bastidores, os pratas da casa ainda perderam um pouco de espaço. Caso do volante Alan Santos, que foi preterido em meio a renovação com Renato e repassado ao Coritiba. Para piorar, as novas promessas deram vexame na última Copinha, sendo eliminados ainda na primeira fase da competição, com atuações pouco convincentes, e não deve render grandes nomes para esse ano. Os principais são os goleiros, mas por necessidade devido a imininente saída de Aranha.

Rombo financeiro só aumenta

O Santos informou que realizou na terça-feira o pagamento de dois meses de salários atrasados, referentes a outubro e novembro. A promessa inicial do novo presidente do clube, Modesto Roma Júnior, era de acertar já na sexta os mesmos, o que não ocorreu e levou ao agravamento da situação com uma série de ações trabalhistas: do volante Arouca, do lateral esquerdo Eugenio Mena, do goleiro Aranha e, por fim, do centroavante Leandro Damião.

Modesto precisou apaziguar os ânimos pelos atrasados no 1º dia
Modesto precisou apaziguar os ânimos pelos atrasados no 1º dia
Foto: Divulgação Santos FC

Assim como Arouca, Mena também tem parte dos direitos econômicos vinculados à Teisa (Terceira Estrela S/A), fundo de investimentos formado pela diretoria anterior, composta por conselheiros e santistas influentes. As ações já são esperadas, também, por parte de outros atletas do elenco.

Os jogadores, exceto Damião que foi emprestado ao Cruzeiro, já tem destinos prováveis. Aranha e Arouca aguardam liminar para acertar com o Palmeiras, enquanto Mena com o próprio clube mineiro, para substituir Egídio, negociado com o futebol ucraniano.

O novo Santos busca enxugar a folha salarial em meio a pior crise financeira de sua história recente. O processo que já contou com a não renovação contratual com uma série nomes do elenco que terminou o ano, além de empréstimos e cessões de atletas.

O técnico Enderson Moreira pode perder mais jogadores, como o volante Alison, que já teve todo o percentual de direitos econômicos presos ao clube vendidos pelo Banco BMG e é desejado pelo Inter, o meia Lucas Lima, que tem propostas do exterior para sair, e o zagueiro Edu Dracena, alvo do Corinthians. Com relação a Dracena, a diretoria explicou estar "conversando sobre acertos contratuais". Desses, todos são titulares.

O clube busca recursos pegar as dívidas deixadas pela gestão anterior, a principal delas a extensão do acordo com a Huawei, empresa chinesa que patrocinou o espaço máster da camisa nos últimos jogos de 2014. O Terra noticiou que para conseguir a liberação imediata do adiantamento de R$ 6 milhões no valor total que lhe foi oferecido, de R$ 18 milhões, o clube propôs um desconto a empresa. A ideia é um abatimento de 20% no montante (R$ 3,6 milhões).

Fonte: K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME
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