Volta do Carioca é vitória de Bolsonaro e da insanidade
Governador do Rio de Janeiro liberou o futebol e prefeito quer torcida no estádio a partir de julho
Bolsonaro, Flamengo, Vasco, Witzel e Crivella venceram e o sinal está fechado pra nós que acreditamos na ciência, no bom senso e no amor ao próximo. Sim, o Brasil é hoje o epicentro da pandemia do coronavírus, o número de mortos não para de crescer no Rio de Janeiro, mas para eles pelo jeito tudo isso não passa de uma gripezinha.
Governadores como Doria e Witzel se elegeram na cola de Bolsonaro, mas ao menos no início da pandemia mostraram mais responsabilidade do que o mandatário do país. O problema é que aparentemente não aguentaram a pressão empresarial e tiveram que ceder até para receberem as verbas que o presidente insiste em vetar.
Não há outra explicação possível. Em São Paulo, discutia-se a possibilidade de lockdown e de repente veio a quarentena flexível. No Rio, depois da reunião de Bolsonaro com Vasco e Flamengo, a Prefeitura liberou os treinos e agora quer jogos em julho com torcida parcial, acredite se quiser. Enquanto que o govenador Witzel, depois de começar a ser investigado, liberou a volta do futebol a partir deste sábado.
Junte-se a isso os dados sobre a pandemia divulgados cada vez mais tarde, um governo sem ministro da Saúde e o presidente dizendo que vai haver alterações nos critérios para divulgar o número de mortos.
Como tenta minimizar a pandemia desde o início, não é difícil imaginar que Bolsonaro comece a esconder números sobre a doença. Imitando a ditadura militar
que, durante a epidemia da meningite na década de 70, censurou reportagens e proibiu médicos de darem entrevistas para não criar pânico na população.
É preciso estar atento e forte. Os tempos são sombrios.