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O punho erguido que mudou a história: o protesto de Tommie Smith e John Carlos nas Olimpíadas de 1968

O gesto de Tommie Smith e John Carlos nas Olimpíadas de 1968 marcou a luta por direitos civis e inspira atletas até hoje

3 nov 2025 - 14h32
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No cenário dos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968, dois velocistas norte-americanos marcaram para sempre a história do esporte. Tommie Smith e John Carlos, conquistando respectivamente ouro e bronze na prova dos 200 metros rasos, protagonizaram um ato que transcendia a disputa esportiva. No pódio, durante o hino nacional dos Estados Unidos, ambos subiram descalços e ergueram seus punhos com luvas pretas. Este gesto se tornou um dos mais poderosos símbolos da luta antirracista do século XX.

Naquele tempo, os Estados Unidos enfrentavam tensões profundas relacionadas aos direitos civis dos afro-americanos. O país estava abalado por episódios de segregação racial, assassinatos de líderes como Martin Luther King Jr., e protestos em diversas cidades. O gesto de Smith e Carlos tinha um forte caráter político: o punho erguido simbolizava o poder negro, os pés descalços denunciavam a pobreza enfrentada pela população preta e ambos usavam meias pretas para destacar a opressão histórica sofrida.

Por que a cerimônia dos 200 metros rasos ficou marcada na história?

O protesto dos dois atletas imediatamente chamou a atenção do mundo inteiro. Com os rostos sérios e cabeças curvadas, Tommie Smith e John Carlos permaneceram em silêncio, enquanto o público e as câmeras registravam a cena. O gesto não apenas denunciava o racismo nos Estados Unidos, mas também ecoava as lutas antidiscriminatórias globais, inspirando reflexões sobre os limites entre política e esportes.

Quais foram as consequências para Tommie Smith e John Carlos?

Logo após a cerimônia, o Comitê Olímpico Internacional pressionou o comitê dos Estados Unidos a agir. Como resultado, Smith e Carlos foram sumariamente expulsos da Vila Olímpica e afastados da delegação. O retorno para casa não trouxe alívio: ambos sofreram represálias severas, incluindo boicotes em suas carreiras esportivas e dificuldades em encontrar novos contratos. Além disso, enfrentaram ameaças, discriminação e isolamento social, sendo tachados por muitos como traidores ou desordeiros.

Expulsos da Vila Olímpica e duramente criticados, os atletas pagaram caro pela coragem, mas seu ato se eternizou como marco na defesa dos direitos civis – Wikimedia Commons/Chris Olszewski
Expulsos da Vila Olímpica e duramente criticados, os atletas pagaram caro pela coragem, mas seu ato se eternizou como marco na defesa dos direitos civis – Wikimedia Commons/Chris Olszewski
Foto: Giro 10

O gesto de Tommie Smith e John Carlos é reconhecido como símbolo de luta?

Com o passar das décadas, aquele protesto deixou de ser visto como transgressão e ganhou reconhecimento mundial como exemplo de coragem e resistência. Diversas homenagens surgiram ao longo dos anos, como a estátua erguida na Universidade Estadual de San José, na Califórnia, e prêmios concedidos por organizações de direitos humanos. O gesto do punho erguido passou a representar a luta contra o racismo e inspirou posteriores manifestações nos esportes.

No universo esportivo, o legado dos dois atletas ecoa intensamente. O protesto de Smith e Carlos mostrou como o esporte pode ser um espaço de enfrentamento político e de visibilidade para pautas sociais. Eles abriram caminho para que outros esportistas, em diferentes épocas, dialogassem publicamente sobre justiça social, igualdade e direitos humanos, inspirando nomes que seguiram utilizando sua visibilidade para questionar estruturas opressoras.

Atualmente, o gesto dos velocistas ainda é recordado e revisitados em manifestações, campanhas por inclusão racial e movimentos antirracistas em todo o mundo. A relevância do ato permanece, especialmente ante discussões contemporâneas sobre oportunidade, respeito e diversidade no esporte. Ele serve como constante lembrete de que a luta por igualdade racial não está restrita ao passado e requer permanente vigilância.

O exemplo deixado por Tommie Smith e John Carlos ensina sobre resistência e força coletiva diante da injustiça. Sua atitude no pódio dos Jogos Olímpicos de 1968 segue inspirando atletas e não atletas, reforçando que o gesto de levantar um punho pode representar um poderoso chamado à consciência, à solidariedade e à transformação social.

Giro 10
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