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Lutas Olímpicas

Abertura do Mundial de Judô tem Anitta para público "atrapalhado"

Cinco mil pessoas entraram gratuitamente no ginásio do Maracanãzinho e se empolgaram com show da funkeira Anitta, mas mostraram desconhecimento da modalidade ao vibrar com golpes que não eram contados pela arbitragem

26 ago 2013 - 19h28
(atualizado às 19h28)
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Se a proposta da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) ao abrir as portas do ginásio do Maracanãzinho sem cobrar ingresso para o Mundial de Judô (bastava um cadastro pela internet) era evitar os enormes espaços vazios na transmissão pela TV e valorizar a competição com o calor do público, o objetivo foi alcançado. Cinco mil torcedores estiveram presentes no primeiro dia de competições em que o Brasil conquistou a sua primeira medalha, de bronze, com a atual campeã olímpica, Sarah Menezes, na categoria ligeiro.

Colocar a funkeira Anitta para cantar seus sucessos e até o Hino Nacional, no intervalo das lutas e durante a cerimônia oficial de abertura do torneio continental, também se mostrou uma iniciativa válida, uma vez que a plateia nitidamente se empolgou com a cantora que mais causa frenesi entre o público brasileiro atualmente.

O “show das poderosas”, no entanto, na referência ao maior hit da funkeira, trouxe a impressão de que o Mundial de Judô, fora as presenças de ex-atletas da modalidade, como os medalhistas de ouro em Jogos Olímpicos, Aurélio Miguel e Rogério Sampaio, e o bicampeão do mundo João Derly, se tornou uma grande área vip em que os convidados foram pela festa. Sem ter muita noção do que acontecia nos tatames.

Público comparece ao Maracanãzinho para o Mundial de Judô
Público comparece ao Maracanãzinho para o Mundial de Judô
Foto: Márcio Rodrigues/Mpix / Divulgação

“Confesso que vim pela Anitta mesmo”, disse a estudante Caroline Oliveira. “Acho judô legal, mas não entendo muito, não sei quando é ponto ou não é, sempre fico na dúvida. É quando o juiz levanta a mão, certo”, perguntou Ricardo Nunes, também estudante. As duas declarações refletem bem as manifestações “atrapalhadas” do público durante os combates.

Após a primeira metade do dia, em que apenas torcedores japoneses faziam barulho nas arquibancadas e era possível ver grandes espaços vazios no ginásio do Maracanãzinho, pela tarde, com a disputa das semifinais, “a casa encheu” e o que se viu foi um misto de gritos confusos de vibração – mesmo que os golpes não fossem computados pela arbitragem.

Única atleta que ainda brigava na ocasião por medalha, Sarah Menezes foi a primeira atleta a sentir o gosto da vibração do público em seu primeiro grande teste atuando em casa num torneio que reuniu os melhores do mundo no judô. “É um novo caminho para mim lidar com a torcida brasileira. Você começa a ter uma consciência maior de como se sentir numa competição lotada como essa”, disse a piauiense.

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Mascote da competição brinca com Sarah Menezes depois da vitória na disputa do bronze
Foto: Reuters

Faltou apenas um curso rápido e prático para o público. Na semifinal em que Sarah foi derrotada pela mongol Urantsetseg Munkhbat, num lance normal de luta em que a adversária caiu de frente para o tatame, em defesa, a torcida vibrou como um gol. Quando o árbitro parou a luta sem computar pontos, como manda a regra, vieram as vaias. Prova de que o torcedor brasileiro pode e deve curtir a festa, mas, também se especializar um pouco mais na modalidade que só não trouxe mais medalhas olímpicas do que o vôlei de praia e de quadra: 20 pódios, contra 19 dos judocas.

Lutas de terça-feira

No segundo dia de lutas do Mundial de Judô, o Brasil será representando por quatro atletas da categoria meio leve (52kg e 66kg). Cabeça de chave, Érika Miranda terá pela frente quem vencer o duelo entre Esther Sandor, de Zâmbia, e Birgit Ente, da Holanda.

Charles Chibana, atual líder do ranking mundial, irá encarar o equatoriano Israel Verdugo, enquanto que Eleudis Valentim enfrenta a argentina Abi Betsabe Cardozo Madaf. Além deles, Luiz Revite terá que medir forças contra o sul-coreano Cho Jun-Ho.

Fonte: Terra
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