Lesões no quadril voltam à pauta do futebol. Pelé e Zico já sofreram com problema
Casos recentes, incluindo do atacante Pedro Raul, reforçam atenção para uma das articulações mais exigida.
Casos recentes de Saúl, do Flamengo e da Seleção Brasileira, Kannemann, do Grêmio, Pedro Raul, artilheiro do Ceará, e Firmin, jogador do Barcelona, reforçam a atenção para uma das articulações mais exigidas do esporte.
O problema, comum entre atletas de alto rendimento, também já afetou nomes históricos como Pelé, Zico, Bebeto e o tenista Rafael Nadal, e tem relação direta com o impacto intenso e repetitivo característico dos esportes de explosão.
Especialista em prótese total do quadril, o médico Mateus Jerônimo, que atua em hospitais como Sírio-Libanês, Vila Nova Star, Beneficência Portuguesa, Oswaldo Cruz e Santa Casa de Santos, explica que o quadril é uma das articulações mais exigidas no futebol.
“Cada arrancada, chute ou giro rápido coloca enorme carga nessa região, e isso explica porque os jogadores frequentemente apresentam problemas ali. Entre as lesões mais comuns estão o impacto femoroacetabular, as lesões de cartilagem, as tendinites e rupturas dos adutores, além da pubalgia — dor crônica que muitas vezes é confundida com problemas abdominais ou na virilha, mas que tem origem no quadril.”
Segundo o médico, a prevenção é o melhor caminho para preservar a longevidade dos atletas. “A prevenção é fundamental: passa por fortalecimento da musculatura do core e dos quadris, alongamento regular, fisioterapia preventiva e acompanhamento da carga de treinos. O equilíbrio muscular e o trabalho de musculação orientada são ferramentas poderosas não apenas para reduzir lesões, mas também para manter a performance e prolongar a carreira do atleta.”
“Com o passar dos anos e a alta intensidade de esforço, alguns jogadores acabam evoluindo para a artrose do quadril — um desgaste progressivo da cartilagem que pode limitar os movimentos, causar dor persistente e até encurtar carreiras. Com cuidados adequados, a progressão pode ser retardada, mas em casos mais avançados pode haver necessidade de tratamentos invasivos e, eventualmente, até de uma prótese total de quadril.”
O especialista reforça o alerta aos atletas e profissionais da área esportiva. “O recado é claro: não ignorar dores no quadril. O fortalecimento muscular, a proteção adequada da articulação e o acompanhamento próximo com um especialista são medidas essenciais para preservar a saúde do quadril e garantir longevidade dentro e fora dos gramados.”