Lamine Yamal é investigado por festa com temática gângster e presença de pessoas com nanismo
Jogador do Barcelona foi denunciado por associação espanhola e pode responder por violação da lei de proteção às pessoas com deficiência
Lamine Yamal, jogador do Barcelona, está sendo investigado por suposta violação de direitos ao contratar pessoas com nanismo para entretenimento em sua festa de aniversário, enquanto associações e autoridades analisam possíveis infrações legais.
O atacante Lamine Yamal, do Barcelona, completou 18 anos no último domingo (13) e comemorou com uma festa privada que gerou forte repercussão na Espanha. O evento, realizado no sábado (12), teve temática gângster e envolveu a contratação de pessoas com nanismo, o que levou a uma denúncia formal da Associação de Pessoas com Acondroplasia e Outras Displasias Esqueléticas com Nanismo (ADEE). O caso está sendo investigado pelo Ministério Público espanhol a pedido do Ministério dos Direitos Sociais.
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Segundo a ADEE, o jogador teria contratado pessoas com nanismo para desempenhar funções de entretenimento durante a festa — incluindo servir bebidas, dançar e realizar truques de mágica. A associação considera que a contratação viola a Lei Geral dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que proíbe espetáculos e atividades recreativas que exponham pessoas com deficiência ao ridículo, zombaria ou escárnio.
A legislação espanhola prevê penalidades para ações que atentem contra a dignidade de pessoas com deficiência em ambientes de entretenimento, mesmo em festas privadas. O caso foi encaminhado ao Ministério Público, ao Provedor de Justiça e ao Gabinete de Combate aos Crimes de Ódio.
Apesar da denúncia, uma das pessoas com nanismo contratadas para o evento relatou à rádio catalã RAC1 sob anonimato que não se sentiu ofendida: “Ninguém nos desrespeitou; pudemos trabalhar em paz. Somos pessoas normais fazendo o que amamos de forma completamente legal.” Ele ainda criticou a associação por tentar impedir que pessoas com nanismo exerçam atividades remuneradas em festas: “Eles não oferecem trabalho, nem formação, mas querem nos proibir de trabalhar.”
A repercussão do caso levou o Ministério dos Direitos Sociais da Espanha a solicitar formalmente a apuração por parte das autoridades. O objetivo é determinar se houve violação à legislação sobre os direitos das pessoas com deficiência. Até o momento, Lamine Yamal não se pronunciou publicamente sobre o assunto.