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Justiça argentina libera 104 torcedores chilenos detidos após confrontos em jogo da Sul-Americana

A justiça argentina liberou, nesta sexta-feira (22), mais de uma centena de chilenos detidos após os violentos confrontos com torcedores argentinos durante uma partida de futebol da Copa Sul-Americana na última quarta-feira.

22 ago 2025 - 16h30
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A justiça argentina liberou, nesta sexta-feira (22), mais de uma centena de chilenos detidos após os violentos confrontos com torcedores argentinos durante uma partida de futebol da Copa Sul-Americana na última quarta-feira.

Torcedores do Universidad de Chile entram em camburão da polícia de Buenos Aires, em 21 de agosto de 2025.
Torcedores do Universidad de Chile entram em camburão da polícia de Buenos Aires, em 21 de agosto de 2025.
Foto: AFP - STRINGER / RFI

Torcedores do Independiente e do Universidad de Chile se enfrentaram com facas, paus e bombas de efeito moral em uma batalha campal dentro do estádio Libertadores de América, em Avellaneda, Buenos Aires. O confronto deixou 19 feridos, dois deles em estado grave.

De acordo com o documento judicial ao qual a AFP teve acesso, a ordem de liberação foi emitida à meia-noite de quinta-feira e abrange os 104 chilenos presos em diversas delegacias da província de Buenos Aires.

Alguns, que perderam as roupas e os documentos em meio à confusão, tiveram de ser assistidos pelo consulado. Por terra ou via aérea, a maioria iniciou, nesta sexta, o retorno ao Chile, segundo fontes diplomáticas chilenas.

"Na arquibancada, fui espancado com paus e barras de ferro, roubaram tudo", contou à AFP Ignacio Castro, um psicólogo chileno de 38 anos, em frente ao consulado do Chile em Buenos Aires.

"Quando desci para pedir ajuda à polícia, me levaram ao hospital, fui suturado e detido como mais um por danos, desordens e lesões", acrescentou.

Ao confirmar a liberação dos torcedores, o presidente chileno, Gabriel Boric, disse que trabalha para acabar com a violência no futebol, um problema que tem afetado persistentemente a modalidade na América do Sul.

"Vamos continuar trabalhando para erradicar a violência nos estádios e, ao mesmo tempo, defender os direitos de nossos compatriotas", disse Boric, que enviou na quinta-feira seu ministro do Interior a Buenos Aires para supervisionar o caso.

Barbárie 

O confronto brutal ocorreu durante o jogo de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana, que era disputado em Avellaneda, ao sul de Buenos Aires, e foi suspenso aos três minutos do segundo tempo e, posteriormente, cancelado. O placar do jogo estava um a um.

O caos começou quando torcedores do time chileno jogaram paus, garrafas, cadeiras e até vasos sanitários da arquibancada popular superior, atingindo a parte inferior, onde estavam torcedores do Independiente, que responderam com violência, constatou um jornalista da AFP.

Nesta sexta, o ministro do Interior chileno, Álvaro Elizalde, visitou os feridos que ainda permanecem internados no hospital Fiorito de Avellaneda e anunciou a assinatura de um memorando com a Argentina para prevenir a violência no futebol.

Dois homens de nacionalidade chilena permanecem em estado grave, um com traumatismo craniano e o outro com fratura cervical, segundo o boletim ao qual a AFP teve acesso. Ambos passaram por cirurgias.

Um deles, com quadro mais comprometido, se jogou da arquibancada quando foi encurralado por torcedores do Independiente. Segundo uma autoridade chilena, uma cobertura amorteceu sua queda, evitando que morresse.

Pedido de fechamento do estádio 

O estádio do Independiente, clube recordista de títulos da Copa Libertadores com sete, foi fechado até que sejam concluídas as perícias ordenadas pela justiça.

"O promotor pediu o fechamento porque há manchas hepáticas (de sangue) nas arquibancadas e faltam perícias a serem feitas", informou, nesta sexta, o ministro de Segurança de Buenos Aires, Javier Alonso, à Radio10.

As arquibancadas onde ocorreram os confrontos evidenciam a proporção da briga: restos de projéteis, pedras, cadeiras arrancadas, ferros e restos de alvenaria que foram arrancados dos banheiros para serem atirados.

"Ontem (quinta-feira) houve um trabalho de identificação muito importante. Há cerca de 20 ações judiciais", disse Alonso, sem entrar em detalhes.

"Há pessoas que têm que prestar contas porque havia uma empresa de segurança que deveria estar presente e não esteve. O coordenador da Conmebol foi avisado três vezes que o jogo deveria ser suspenso e ele não quis", acusou o ministro.

Segundo a Conmebol, a responsabilidade pela segurança da partida era do Independiente. Este ponto que tem sido duramente questionado por diversas autoridades e especialistas. Entre as críticas, está a do presidente chileno Gabriel Boric, que classificou o episódio como um "linchamento inaceitável de chilenos".

À espera de sanções 

 As imagens brutais do enfrentamento deram a volta ao mundo.

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, exigiu na quinta-feira "punições exemplares". A Conmebol, que prometeu agir com "a maior firmeza" contra os responsáveis, está avaliando eventuais punições.

As sanções podem chegar à desclassificação de um ou de ambos os clubes, algo que não acontece desde 2015, quando o Boca Juniors foi afastado nas oitavas-de-final da Copa Libertadores por incidentes em um superclássico argentino contra o River Plate.

(Com AFP)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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