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Jogos de Paris

Restrições em Pequim pela Covid geram riscos à Olimpíada de Inverno

China cancela eventos, e próxima edição dos Jogos de Inverno, que entre os dias 4 e 20 de fevereiro, lida com pressão. Rigor dos chineses é maior em comparação com Tóquio-2020

30 out 2021 - 06h52
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Maratina de Pequim: cancelada a pouco mais de 100 dias dos Jogos de Inverno (Foto: Reprodução/ Beijing Marathon)
Maratina de Pequim: cancelada a pouco mais de 100 dias dos Jogos de Inverno (Foto: Reprodução/ Beijing Marathon)
Foto: Lance!

Passados quase quatro meses da abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio e a menos de 100 dias na inauguração dos Jogos de Inverno de Pequim, a realização de megaeventos esportivos em meio à pandemia de Covid-19 ainda se mostra uma dor de cabeça para os organizadores. O evento chinês, marcado para ocorrer entre os dias 4 e 20 de fevereiro, promete ser até mais restritivo em relação ao vírus do que edição de Verão no Japão, ainda que com alguns avanços, como a presença do público local. Os Jogos Paralímpicos acontecerão um mês depois, entre os dias 4 e 13 de março.

A explicação para o problema está relacionada ao fato de o país-sede dos próximos Jogos Olímpicos de Inverno monitorar cada pequeno surto de infecção pelo novo coronavírus em seu amplo território.

Quando o governo registra um aumento no contágio em diversas regiões, ainda que em números pouco expressivos, a determinação é evitar aglomerações para evitar uma piora no quadro nacional. É o chamado regime de tolerância zero, em um grau de rigidez bem acima do que o dos japoneses.

Foi o que aconteceu esta semana, quando as Maratonas de Pequim e Wuhan acabaram adiadas por tempo indeterminado após as corridas, programada para o último domingo, terem sido canceladas, em meio ao aumento nos casos de Covid-19 na China.

Na última quarta-feira, foram registrados 643 casos ativos em todo o território chinês, sendo apenas 28 em Pequim, o suficiente para que as autoridades recomendassem à população um número menor de viagens. O governo também proibiu o acesso à capital de pessoas que estiveram recentemente em áreas onde foram detectados casos do vírus.

Tudo faz parte de um planejamento rigoroso para evitar prejuízos com a realização dos Jogos, atendendo ao anseios de grandes patrocinadores, como Visa e Airbnb.

Maratona de Wuhan é outro evento adiado na China (Foto: Divulgação)
Maratona de Wuhan é outro evento adiado na China (Foto: Divulgação)
Foto: Lance!

PÚBLICO SOMENTE LOCAL E CIRCUITO FECHADO AOS ATLETAS

Os Jogos de Inverno de Pequim contarão somente com público local e terão uma série de restrições para atletas, equipes técnicas, jornalistas e torcedores. Somente moradores da China continental terão acesso à venda de ingressos, o que deve excluir habitantes de Hong Kong e Macau. Os requisitos para a compra e o protocolo que os torcedores deverão seguir nas arenas ainda serão divulgados.

Nesta semana, a organização anunciou medidas para tentar minimizar o problema entre os competidores, em seus manuais oficiais de diretrizes, os chamados Playbooks.

Conforme já havia sido anunciado antes da publicação do documento, todos os atletas ou profissionais envolvidos nos Jogos que estiverem totalmente vacinados contra a Covid-19 não precisarão seguir a regra que impõe uma quarentena por 21 dias após a chegada na China.

Em vez disso, eles serão incluídos em um sistema de gerenciamento de circuito fechado, onde todos serão testados diariamente e só poderão visitar locais aprovados, bem como utilizar meios de transporte determinados pela organização. Para se enquadrar neste grupo, será preciso estar totalmente vacinado pelo menos 14 dias antes da partida para a China.

VACINA É OBRIGATÓRIA?

As vacinas são tratadas no manual como "ferramenta chave para permitir que as atividades sejam realizadas com segurança", mas os Comitê Olímpicos Nacionais têm a liberdade sobre o tema. Os Estados Unidos, por exemplo, anunciaram a obrigatoriedade da imunização para seus atletas.

O COI anunciou que todas as vacinas aprovadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como Coronavac e Pfizer, serão aceitas, assim como as autorizadas pelas agências de cada país, como a Sputnik V no caso da Rússia.

Caso algum atleta teste positivo enquanto estiver na China, ele será levado por transporte exclusivo para uma instalação de isolamento ou para um hospital para isolar e / ou receber tratamento médico adequado, caso tenha sintomas.

Quem se recusar a fazer o teste será punido. O manual prevê "advertências", "retirada temporária ou permanente de seu credenciamento", "inelegibilidade temporária ou permanente ou exclusão dos Jogos", "desqualificação" ou "sanções financeiras".

- Os manuais demonstram o consenso de todas as partes envolvidas. Ao desenvolvê-los, priorizamos salvaguardar a segurança e a saúde de todos os participantes dos Jogos, incluindo atletas, bem como do povo chinês, baseando-nos nas experiências de outros eventos esportivos internacionais e na política contra Covid -19 atualmente em efeito na China. Trabalharemos com todas as partes interessadas na implementação dos Playbooks e, juntos, entregaremos ao mundo jogos simplificados, seguros e esplêndidos - afirmou Han Zirong, vice-presidente e secretário-geral de Pequim-2022.

COMO VAI A PREPARAÇÃO BRASILEIRA?

Os Jogos de Inverno contarão com 109 eventos em 15 modalidades de sete esportes: Biatlon, Bobsledding, Curling, Hóquei no Gelo, Luge, Patinação e Esqui. Será a nona participação consecutiva do Brasil no evento. O Comitê Olímpico do Brasil (COB), a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) e a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) monitoram as diretrizes para conter o contágio pela Covid-19.

A expectativa é que de os problemas não afetem a preparação. A expectativa do COB é de obter uma participação recorde nos Jogos. Até o momento, o Brasil tem quatro vagas confirmadas: três no esqui cross country, sendo duas no feminino e uma no masculino, e uma no esqui alpino masculino. O país também busca classificação nas modalidades de gelo - no bobsled, monobob e skeleton.

Esta será a nona participação brasileira em Jogos de Inverno, iniciada em Albertville-1992. Até hoje, 35 atletas do Brasil, sendo dez mulheres, em oito esportes, participaram da competição. O recorde do país foi em Sochi 2014, com 13 atletas em sete modalidades. A melhor colocação brasileira na história veio em Turim 2014 com o nono Iugar de Isabel Clark no snowboard cross.

Lance!
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