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Jogos de Paris

Aumento de casos de covid-19 em Tóquio coloca organizadores dos Jogos Olímpicos em alerta

Adaptações para o evento estão sendo estudadas em conjunto com o COI; presença de torcedores não está garantida

20 nov 2020 - 12h10
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Tóquio elevou seu alerta para o nível máximo depois que a contagem diária de infecções do novo coronavírus bateu recorde e chegou a 534 nesta semana. A alta taxa de disseminação do vírus na capital japonesa coloca os organizadores dos Jogos Olímpicos em estado de atenção e adaptações para o evento estão sendo estudadas. Por causa da pandemia da covid-19, os Jogos foram adiados por um ano e reprogramados para 23 de julho a 8 de agosto e os Paralímpicos para 24 de agosto a 5 de setembro.

"O número de casos de coronavírus está aumentando, então estamos estudando quais medidas serão necessárias tendo em vista que as infecções podem chegar a mil casos por dia", disse a governadora de Tóquio, Yuriko Koike. Ela afirmou ainda que a quantidade de casos deverá crescer devido ao aumento dos exames e enfatizou a necessidade de evitar a elevação do número de pacientes gravemente doentes.

O aumento de casos de covid-19 no Japão ocorre justamente depois de o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, visitar Tóquio nesta semana para demonstrar apoio aos organizadores dos Jogos. O COI também tenta convencer a população japonesa e os patrocinadores de que os Jogos podem ser disputados com torcida, apesar do recente ressurgimento das infecções.

Estão em pauta algumas medidas com relação aos torcedores estrangeiros, como a obrigatoriedade de testes de covid-19 para embarque e o cumprimento de quarentena na chegada ao Japão. Uma das maiores preocupações, porém, é com a Vila Olímpica, que hospedará 11 mil atletas. "Temos de fazer com que a Vila Olímpica seja o local mais seguro de Tóquio", disse o presidente da Comissão de Coordenação dos Jogos Olímpicos de Tóquio, John Coates. "Os atletas têm de ter confiança na segurança."

Já está definido que os atletas não poderão ficar na Vila durante todo o evento. A orientação é que, assim que a sua competição terminar, o atleta terá no máximo dois dias para voltar para casa. Por causa da pandemia, o COI vai interromper com a tradição de os atletas continuarem na sede dos Jogos mesmo depois do término de suas participações para apoiar os compatriotas. "O período de estadia mais longo, em uma vila, aumenta o potencial de problemas", justificou Coates.

Também está nos planos do COI ajudar a distribuir vacinas para atletas de países com menor acesso ao agente de imunização, assim que houver disponibilização ao público em geral. A vacina contra o coronavírus, porém, não será obrigatória aos atletas.

Com relação à imprensa, são esperados mais de 20 mil jornalistas de mais de cem países. Para conter a disseminação do vírus, os organizadores vão desencorajar o uso do transporte público, devem reduzir a capacidade das áreas de tribuna, zona mista e salas de imprensa e farão um controle maior desses espaços, com distanciamento.

Estadão
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