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Jogos de Inverno

Com "fanfarrão", "Seu Madruga" e melancias, Jamaica mantém fãs no bobsled

17 fev 2014 - 22h40
(atualizado em 17/2/2014 às 11h56)
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<p>Trenó da Jamaica foi recebido com muita festa, com direito a diversas bandeiras pelas arquibancadas</p>
Trenó da Jamaica foi recebido com muita festa, com direito a diversas bandeiras pelas arquibancadas
Foto: Terra

Em todos os esportes, a torcida da Rússia demonstra um fervoroso apoio aos representantes do país na Olimpíada de Inverno de 2014, em Sochi. No entanto, no bobsled, os torcedores locais – e também de outros países – adotaram uma segunda nação para demonstrar seu apoio: a Jamaica.

A origem da torcida é bastante clara: a participação jamaicana na categoria quarteto masculino durante a Olimpíada de Inverno de 1988, em Calgary (Canadá). O feito, que virou filme (Jamaica abaixo de zero, de 1993), é lembrado até hoje, e sempre festejado a cada descida dos trenós da Jamaica nas Olimpíadas de Inverno.

Em Sochi, não foi diferente. Nas arquibancadas do Sanki Sliding Center, o público fazia muita festa para os dois trenós de competidores locais. Embora todos os outros países fossem tratados com respeito, o trenó da Jamaica foi recebido com muita festa, com direito a diversas bandeiras pelas arquibancadas – uma delas, evidentemente, lembrando Bob Marley.

Governo jamaicano divulga vídeo de apoio à equipe de trenó; veja:

Era o caso do torcedor russo Andrey Khurry, que segurava bandeiras do país e usava um cachecol com os dizeres “nós somos o time jamaicano de bobsled”. Ao lado de Elena Pchelova, que também apoiava a ex-colônia britânica, Andrey não pensou duas vezes para justificar sua torcida: “porque nós amamos eles”.

A dupla formada pelo veterano piloto Winston Watts, 46 anos, e pelo brakeman Marvin Dixon, 30, é querida até mesmo entre os rivais. O piloto brasileiro Edson Bindilatti lembra a convivência positiva com a dupla da Jamaica, citando o lado “fanfarrão” de Watts e até entregando os apelidos do reserva da dupla, Wayne Blackwood.

“A relação Brasil-Jamaica é muito legal. A gente brinca bastante, conversa bastante. Nossos contêineres são um do lado do outro. O piloto, Winston, é um fanfarrão, toda hora brincando, se divertindo. Mas no momento da prova, se você for conversar quando ele for descer, esquece: é outra pessoa - o que é normal. Tem piloto que tem uma concentração muito agressiva, muito seria, e outros são mais tranquilos, tem seus desníveis. Mas é um cara que é bacaníssimo”, disse BIndilatti, indo além.

<p>Jamaica foi mal na competição, mas o desempenho pouco importava</p>
Jamaica foi mal na competição, mas o desempenho pouco importava
Foto: Terra

“O Marvin (Dixon), que é o brakeman dele, é um cara muito engraçado. O Wayne, que é o reserva, é mais tranquilão. A gente chama de Seu Madruga, de Soneca... Parece que está sempre dormindo, mas na hora de empurrar o trenó, ele até que empurra rápido. É bem tranquilo. A gente se diverte bastante. É uma amizade bem legal”, completou.

No entanto, nem mesmo o apoio da torcida e a amizade dos outros atletas ajudaram a Jamaica nas duas primeiras baterias do bobsled de duplas masculinas. Lanterna nas duas descidas, o trenó de Winston Watts e Marvin Dixon terminou o dia com o tempo 1min57s23, a 4s41 do Rússia 1 (1min52s82), que lidera a briga por medalhas. O Brasil não compete nesta categoria.

Winston, porém, não se abate e comemora o apoio. “Estamos muito felizes por nosso amigos e nossas famílias. Somos de uma ilha pequena, somos em três atletas. Estamos felizes de estar aqui”, disse ele à imprensa brasileira.

Cabeças de melancia

Capacete com aparência de melancia usado pelos jamaicanos causou sensação no bobsled
Capacete com aparência de melancia usado pelos jamaicanos causou sensação no bobsled
Foto: Getty Images

Outro fato de destaque da dupla jamaicana no bobsled foi os capacetes da dupla, que ganharam estampas semelhantes aos de uma casca de melancia. A ideia agradou Winston, mas a peça apresentou um problema justamente na segunda descida: o visor do piloto quebrou justamente na hora do push (impulso da largada). Ele competiu assim mesmo.

“As coisas acontecem, quebrou. Quando puxei, meu visor quebrou, eu disse: ‘bem, ainda vou’. Tenho coragem, coração, então vou descer. Vencedor ou perdedor, ainda estou aqui. Estou feliz de estar aqui”, disse o piloto. “O visor dele quebrou. E eu fiquei: ‘uau, o que vamos fazer?’. E ele disse: ‘vamos’”, reforçou Marvin.

Mesmo com o defeito na hora da prova, Winston aprovou a peça. “É um desenho legal (risos)... Eu amo melancia. É parte de nossa identidade - verde, ouro e preto. O capacete tem um belo design, mas apenas quebrou no começo”, lamentou. “Eu podia ver. Em um ponto, eu não pude ver, então pensei: ‘bem, se você não fizer a coisa certa, você vira’, e não era minha intenção”, completou.

Com chances de medalha apenas simbólicas, a dupla jamaicana agradece o carinho do público de outros países. Ainda assim, não quer ser visto como piada – assim como não espera que o filme que contou a história do time de 1988 seja encarado como motivo para rir.

”O filme abriu um caminho para nós. Muita gente vô o filme como uma piada, mas não somos uma piada. Somos competidores sérios”, disse Watts, fã do filme. “É inspirador.”

Fonte: Terra
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